Designer faz coleção de móveis com madeiras do Espaço Comum Luiz Estrela

Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.com.br
11/06/2018 às 17:05.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:32
 (Divulgação)

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Embora abrigue o Espaço Comum Luiz Estrela desde 2013, não é de hoje que o casarão faz parte do cenário belo-horizontino. Aliás, já fazem mais de 100 anos que o imóvel foi construído na capital e, durante esse tempo, foram muitos os seus propósitos. 

O espaço já deu lugar para hospitais, escola e sofreu com o abandono por 19 anos. Em processo de restauração, o imóvel, atualmente ocupado por artistas da capital, vê parte de sua história ganhar novos significados com o lançamento da coleção “Memória”, que acontece na sexta e no sábado. 

Assinada pelo designer André Ferri, a coleção é fruto do reaproveitamento de madeiras que antes davam sustentação ao telhado da casa. Composta por móveis que vão de luminárias à balanços, a coleção ainda carrega uma variedade de espécies do material, como Peroba do Campo, Peroba Rosa, Braúna, Jacarandá e Maçaranduba. 

“Foi muito interessante fazer esse trabalho, desde o reconhecimento das madeiras até o entendimento do que seria feito”, afirma o designer. “Como fiz o trabalho sozinho, o envolvimento com esse projeto foi muito mais que uma marcenaria e um design. Foi um processo de construção de memória para chegar em um resultado final”, acrescenta.

Foi justamente para ressaltar a memória do imóvel, construído na cidade em 1913, que Ferri optou por manter as marcas do tempo em suas criações. “Aproveitei essas patologias, como algumas trincas e alguns rachados”, diz ele, ressaltando que esses detalhes carregam a memória do espaço e fazem das peças produções únicas. 

Durante a criação, ele conta que a história do Luiz Estrela também foi levada em conta. “São quatro modelos de luminárias, que têm essa ideia de trazer luz para um casarão que ficou abandonado por tanto tempo. Tem também os balanços, porque é um lugar que sempre esteve envolvido com crianças”, sublinha ele, referindo-se ao período em que o espaço abrigou o Hospital de Neuropsiquiatria Infantil, em 1947, e a Escola Estadual Yolanda Martins, na década de 1990. 

Para o designer, a importância do trabalho – que tem parte dos lucros voltada para o processo de restauração do espaço – vai além do aproveitamento do material. “Queremos mostrar sua história. É um lugar que passou por vários momentos da cidade”.

Serviço: Lançamento da Coleção Memória, sexta, às 17h, e sábado, às 10h, no Espaço Comum Luiz Estrela (Rua Manaus, 348 – Santa Efigênia). Entrada gratuita.

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