Do luto à luta: Nina Becker apresenta o disco ‘Acrílico’ neste sábado, pela primeira vez em BH

Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com.br
15/03/2018 às 17:32.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:53
 (André Passos/Divulgação)

(André Passos/Divulgação)

A ausência de cores da capa de “Acrílico” (2017), mais recente trabalho de Nina Becker, nunca fez tanto sentido. Afinal, a entrevista com a cantora carioca acontece no dia seguinte à morte da vereadora Marielle Franco, sua conterrânea, executada com nove tiros no Rio de Janeiro. 

O “luto” pela situação catastrófica da política brasileira, que orientou a identidade visual do álbum, agora perde as aspas. “Um assassinato horroroso, uma tragédia. Acordei chorando. Mas temos que focar na luta para sobreviver às péssimas condições deste momento”, diz Nina, que apresenta o disco neste sábado (17), pela primeira vez em BH. O show acontece n’A Autêntica e tem abertura da mineira Maíra Baldaia.

Em que pese a dor pelo momento do país, refletida no p&b da capa, o trabalho marca um levante pessoal da artista. “Em ‘Minhas Dolores’ (2014), eu estava num momento difícil, me separando, com um filho pequeno, cantando um repertório super dramático”, relembra. “Já em ‘Acrílico’ quis sair dessa bolha, celebrar parcerias e fortalecer vínculos”, completa.

Esses vínculos ficam claros nas 12 faixas do álbum, compostas junto a amigos como Rômulo Fróes, Negro Leo, Kassin, Jonas Sá e Moreno Veloso. O resultado é um resgate contemporâneo dos anos 60, que perpassa o jazz, a bossa e o samba, misturando-se a outras referências da artista. “Sou muito influenciada pelo rock experimental dos anos 70 e pela sonoridade tosca do punk rock. Esse é o primeiro disco em que consegui colocar tudo o que gosto”, pontua. “É um híbrido sonoro. Um amigo chamou de ‘punk-bossa’, outro de ‘sambauhaus’”, diverte-se.

Nina conta que está entusiasmada para o show em BH, que terá formação reduzida. “O formato é guitarra e bateria, o que mantém a energia e o groove do álbum”, afirma. “Já a bossa está em mim”, finaliza. 

Serviço: Nina Becker apresenta “Acrílico”, com abertura de Maíra Baldaia. Sábado (17), às 22h, n’A Autêntica (rua Alagoas, 1.172 – Funcionários). Ingressos: R$ 30 (antecipado) e R$ 40 (portaria). 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por