Duo chinês Little Monster se apresenta em BH

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
09/08/2016 às 19:06.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:16
 (FOTO/DIVULGAÇÃO)

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Nascido em Curitiba, com Amazonas no sobrenome e a missão de levar um pouco da sonoridade brasileira para Xangai, na China, onde mora atualmente. Diversidade que estampa a música de Alê Amazônia, um ex-profissional da área de Comércio Exterior que, no país asiático há quatro anos, transformou-se num prolífero produtor musical, integrante do duo Little Monster.

Atração deste sábado na festa de encerramento do 18º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Belo Horizonte, na Gruta, a banda independente está fazendo, pela primeira vez, uma turnê pelo país, abrindo caminho para um intercâmbio musical entre as duas culturas, já simbolizada na formação do Little Monster – a vocalista F. é chinesa.

O caráter independente também está presente no formato dessa turnê, sem cachê, possibilitada por recursos de crowdfunding e que conta com a casa de amigos e parceiros de palco. Entre eles está o pessoal do Madame Rrose Sélavy, que juntamente com Virundangas e Grupo Porco, agitará a noite de encerramento do festival.

Alê havia abandonado a bateria ao ir para o outro lado do mundo, mas não pensou duas vezes antes de oferecer seu talento a F., após assistir a um show de despedida de sua banda anterior. “Perguntei se ela precisava de um baterista e ela respondeu que precisava de um quer fosse rápido e de som violento e forte. E eu falei que eu era essa pessoa”, lembra.

Começaram fazendo músicas experimentais, “cuja construção não obedecia a uma lógica”, de acordo com o brasileiro. Foi Lanny Gordin, guitarrista nascido em Xangai que acompanhou nomes como Elis Regina, Tom Zé e Jair Rodrigues, quem chamou a atenção para a sonoridade do duo. “Ele me perguntou se a gente conhecia Arto Lindsay e disse que estávamos fazendo no wave para as novas gerações”.

Nenhum sentido
Para Lanny, o sentimento era idêntico e o Little Monster abraçou a ideia. “Foi instintivo. Só queríamos fazer uma música que não envolvesse conhecimento acadêmico. Fazemos o que dá na telha”, detalha. Alê e F. cantam em mandarim, português, inglês e numa língua inventada, misturando palavras que não criam nenhum sentido.

No dia da entrevista ao Hoje em Dia, o duo já tinha se apresentado em Curitiba, Natal e Recife. A receptividade foi fantástica. F. adorou, achando o país tão continental quanto a China. O que vale também para o clima: em Curitiba estava muito frio. Já no Nordeste, mais quente. A tendência é que goste do Nordeste”.

Alê destaca que a abertura econômica atiçou a curiosidade dos chineses, “receptíveis a qualquer cosa que se jogue ali”. Apesar de a bossa nova e o samba estarem mais associadas ao nosso país, ele espera mudar isso quando levar os grupos independentes para lá. “A intenção dessa turnê pioneira é criar uma rota Brasil-China ainda inexplorada”, registra.

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