Editoras trabalham subgêneros de olho na diversidade do público

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
21/04/2016 às 17:58.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:03
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

No passado, dividíamos os livros de ficção de maneira simples, entre drama, policial, fantasia e infantojuvenil. Hoje, editores e público já se acostumaram a se deparar com várias classificações e subgêneros: young adult, new adult, hi-fantasy, low-fantasy, distopia, erótico...

Para ficar mais evidente essa classificação, muitas editoras preferem separar suas publicações em selos. Essa divisão fica mais clara para quem visita a Bienal do Livro de Minas, no Expominas.

No estande dedicado à Editora Planeta, por exemplo, é possível encontrar diversos selos, como Essência (feminino e erótico), Academia (motivação pessoal), Pórtico (publicações evangélicas), além da coleção Outro Planeta, dedicada a literatura pop feita por blogueiros e youtubers. O primeiro título é “Azeitona”, do youtuber Bruno Miranda.

Estratégia

Segundo Cassiano Machado, diretor editorial da Editora Planeta, não houve uma mudança no comportamento dos leitores, mas na forma de as editoras encararem as estratégias de comunicação.

“A imensa quantidade de novas categorias de livros não representa, na minha opinião, uma nova maneira de produzir literatura, mas sim uma maneira que mercados como o norte-americano e o britânico encontraram de embalar os livros para públicos mais específicos”, explica Cassiano.

Ele acrescenta que a empresa tem importado selos da Planeta na Espanha, como o Crítica, cujo primeiro título foi “Made in Macaíba”, de Miguel Nicolelis.

Para a editora Leya, a segmentação só acontece internamente, para que o marketing feito nas redes sociais, sobretudo, atinja o público-alvo de forma mais certeira.

“A literatura de fantasia é que possui mais segmentações, como distopia, hi-fantasy e fantasia urbana”, afirma Rômulo Medina, analista de marketing da Leya.

“É importante trabalhar de forma adequada porque o público leitor de fantasia é o mais exigente de todos. Esse é um leitor que conhece a editora e o selo que lê. Tem a facilidade de falar com ele pela internet, mas também é mais difícil agradá-lo”, completa.

Só para mulheres

A segmentação está tão em alta que existe uma editora que lança obras de escritoras mulheres que dedicam seus trabalhos para o público feminino, a Divas. “Dentro desse recorte, temos vários outros como erótico, chick lit, juvenil e policial, por exemplo”, afirma Janaína Rico, editora da Divas.

Atualmente, o forte da empresa é o romance erótico e Mila Wander é um de seus principais nomes. “Faço parte de uma geração que começou a publicar seus livros na Amazon e lá encontrou seus leitores”, diz Mila.

Bienal do Livro de Minas no Expominas. Hoje, das 9 às 22h; amanhã, das 10 às 22h; domingo, das 10 às 20h. Ingressos: R$ 12 e R$ 6 (meia)

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