Em Berlim, sessão de filme brasileiro terá divulgação de manifesto de povos indígenas

Da redação
almanaque@hojeemdia.com.br
17/02/2018 às 16:04.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:25
 (PRIMEIRO PLANO/DIVULGAÇÃO)

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Na sessão do do filme "Ex-Pajé", documentário escrito e dirigido por Luiz Bolognesi (de "Uma História de Amor e Fúria"), que estreia neste sábado (17), às 20h, no Festival Berlim, como parte da mostra Panorama,  será divulgado um Manifesto de Povos e Lideranças Indígenas do Brasil que propõe um país com mais tolerância e respeito, e que critica o etnocídio. Assinado por 28 lideranças e 15 organizações indígenas, um dos trechos do manifesto afirma: "Hoje atravessamos muitas crises, ecológica, econômica, política, a nossa frágil democracia foi atacada e os territórios indígenas estão sendo invadidos e saqueados. Junto com o ferro e o fogo, vem a conversão racista. Trocam as rezas pela bíblia e as medicinas por aspirinas. Epidemias de depressão provocam os maiores índices de suicídio do mundo manchando de sangue as lindas florestas do Brasil". Para o diretor e roteirista Luiz Bolognesi "num momento em que as casas de reza indígenas estão sendo queimadas e os pajés demonizados pela violência evangélica, ter o filme Ex-Pajé estreando em Berlim significa levar as vozes dos espíritos da floresta mundo afora através do cinema". O longa mostra o drama contemporâneo dos povos indígenas a partir da história de Perpera, um índio Paiter Suruí que viveu até os 20 anos num grupo isolado na floresta onde se tornou pajé. Após o contato com os brancos, um pastor evangélico afirma que os atos e saberes do pajé são coisas do Diabo e Perpera passa a viver um conflito interno. Apesar de se dizer evangélico e se definir como ex-pajé, continua tendo visões dos espíritos da floresta. "O mais comovente neste cinema verdade que o Luiz Bolognesi se propôs a filmar com toda a delicadeza que o tema exige é a transformação de nós espectadores em testemunhas dos últimos minutos de existência de uma cultura milenar cheia de sabedoria que não foi registrada na história deste planeta e nem passada para as novas gerações. O último suspiro", conta a produtora Laís Bodanzky.

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