Em cartaz nos cinemas, 'O Rei do Show' concorre ao Globo de Ouro no domingo

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
03/01/2018 às 16:11.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:34
 (FOX/DIVULGAÇÃO)

(FOX/DIVULGAÇÃO)

Não é preciso dizer que as canções são elementos-chave num filme do gênero musical, servindo para contar a história (aquele momento inusitado em que os atores começam, do nada, a soltar a voz e sapatear) e imprimir o ritmo da narrativa. Mas o que torna uma obra como “La La Land” um grande sucesso é o seu regente. Ou melhor, o diretor do filme.

Em cartaz nos cinemas e concorrente ao Globo de Ouro de melhor comédia/musical (a cerimônia acontece neste domingo), “O Rei do Show” é um exemplo de que não basta ter a mesma dupla de compositores da sensação de 2017 para seguir a mesma rota. O trabalho de Benj Pasek e Justin Paul, de “La La Land”, é primoroso e, se o espectador fechar os olhos durante a projeção, será capaz de sentir a força das letras e das melodias, com algumas delas permanecendo no ouvido por mais tempo.

Hugh Jackman é experiente em musicais – além de ter protagonizado peças na Broadway e recebido o Tony (o Oscar do teatro americano), virou uma espécie de Gene Kelly do novo milênio, cantando e dançando em filmes como “Os Miseráveis” e “Peter Pan”. O ator nos encanta com seu personagem, P. T. Barnum, um precursor do show biz.

Segunda chance

Com Zac Efron (de “High School Musical” e “Hairspray”) e Zendaya (da série “No Ritmo”) como par romântico jovem e um enredo que desenvolve as ideias de segunda chance – cara ao gênero – e diferenças de classes, o que faltou a “O Rei do Show” para ser exatamente aquilo que seu personagem principal promete constantemente ao público?

Estreante na direção de longas-metragens, Michael Gracey não precisaria ser um Damien Chazelle (o realizador de “La La Land”), acrescentando uma certa dose de decepção a cada passo dado como parte inerente na busca dos nossos sonhos. A dificuldade de Gracey está em dar igual peso às cenas não musicadas de “O Rei do Show”.

O filme cai a ponto de promover uma curiosa troca – a artificialidade se manifesta nos entrechos e não quando todo mundo canta e dança, pautados por diálogos insossos, interação frouxa (Michelle Williams, que pouco canta, é a que mais sofre) e uma direção preguiçosa, como se já quisesse fugir pra a próxima sequência coreografada.

É interessante observar que, em suas tramas, há muito em comum entre “La La Land” e “O Rei do Show”. Logo nas primeiras cenas, tanto o pianista vivido por Ryan Gosling no longa de Chazelle quanto Barnum, são demitidos de trabalhos que valorizam suas qualidades. É a segunda chance, ingrediente muito presente na produção hollywoodiana.

As diferenças sociais são tratadas com superficialidade em “O Rei do Show”. Já “La La Land” encontra um olhar mais rico na maneira como o pianista da cidade e a aspirante a atriz do interior pautam as suas escolhas. Outra opção duvidosa é mostrar um Barnum que se aproveita financeiramente dos freaks de seu show, mas que, por ter lhes dado uma oportunidade, ele se torna merecedor de perdão.Fox/Divulgação

PAR ROMÂNTICO – Zac Efron e Zendaya formam o casal que buscará superar as diferenças

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