"Em Torno da Luz", a belo-horizontina Niura Bellavinha vai além do pincel e da tinta

Clarissa Carvalhaes - Hoje em Dia
14/10/2014 às 08:08.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:36
 (Niura Bellavinha)

(Niura Bellavinha)

“É preciso pensar, mas sem perder a leveza das coisas”, ensina a pintora Niura Bellavinha que, desde o início da carreira está às voltas com outros manifestos artísticos. Com desenvoltura, ela também vem criando, ao longo dos anos, instalações, performances e filmes.

“Talvez por escolher esse caminho, nunca pertenci a um grupo. A solidão é uma escolha. Preciso desse silêncio para ser pintora. Ao mesmo tempo, transitar por muitas linguagens me permite ‘falar’ da luz a partir de ferramentas diversas. E a luz é princípio de tudo. Quando me tratam como multiartista, recuso o título. Não sou isso. Sou uma pintora da luz”.

E aos belo-horizontinos é dada a oportunidade de reconhecer a afirmativa da artista através do trabalho que expõe a partir de desta terça-feira (14), no Oi Futuro. “Em Torno da Luz” é um compilado conceitual que conta com fotografia, performance, curtas e médias-metragens, além de objetos, pinturas e fragmentos, desenvolvidos sob a temática “Natureza em Movimento”.

Dividida em dois segmentos, a exposição propõe um mapeamento das obras. No primeiro momento, há um conjunto de obras antológicas que apresentam diferentes olhares sobre a pintura. Na segunda fase, o público pode assistir ao filme inédito “NháNhá” – projetado em uma parede de 15 metros. Um trabalho que coloca às vistas do observador a pintura em processo.

“A ideia do filme nasceu a partir de uma viagem que fiz para a cidade de Ferros com a minha família. Foram dias de transtorno e reflexão sobre a pintura. Mergulhei em poesias de Carlos Drummond e me encantei com essa pequena cidade”, revela a artista, nascida em 1962. “Durante a viagem, vi a poeira vermelha tomar conta das casas e do asfalto. Tudo era ‘ruivo’, até as famílias que apareciam na beira da estrada. Nessa mostra, reúno um pouco o fascínio que essa viagem e as pessoas exerceram sobre mim. É também um trabalho com viés social, porque denuncia o descaso e fala sobre resistência. Não poderia ser de outra forma, porque, afinal, a minha arte vem do outro; é um bálsamo e um veneno”.

Exposição “Em Torno da Luz”, de Niura Bellavinha – Oi Futuro (av. Afonso Pena, 4001, Mangabeiras). Terça a sábado, das 11 às 21h. Domingo das 11 às 19h. Até 14/12

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