Estilista mineiro, João Pimenta aposta na 'bermuda corporativa'

Lady Campos - Hoje em Dia (*)
02/04/2014 às 07:04.
Atualizado em 18/11/2021 às 01:53
 (SPFW/Divulgação)

(SPFW/Divulgação)

Na intenção de engrossar o coro pró-movimento “Bermuda sim” (criação do publicitário carioca Ricardo Rulière que defende o uso da peça em ambientes corporativos), o estilista mineiro João Pimenta reinventou a alfaiataria clássica, emprestando descontração à dupla bermuda e blazer na passarela da São Paulo Fashion Week, edição verão 2015. Conhecido por subverter as formas da roupa masculina, o estilista dessa vez altera os eixos de costuras de paletós e calças – com recortes e jogos de tecido – deixando a silhueta mais moderna e não menos elegante.

Pimenta desenvolveu a coleção pensando no homem que passa o dia no escritório e adora praia. Elementos esportivos, como a calça jogging, com elástico na bainha, migraram para o repertório do verão, assim como a calça curta, perfeita para andar de bike. O estilista tira de cena o colete e combina camisa e blazer.

ANIMALE

Marca que abriu o calendário de moda paulistana de verão, a Animale prestou homenagem ao Brasil. A grife carioca evidenciou a mistura do bordado renascença (de Pernambuco) com a tecnologia de cortes a laser e outros recursos aplicados no couro, renda e seda. As estampas que decoram grande parte das peças em seda surgiram de xilogravuras de literatura de Cordel.

Já o couro ganhou vazados a laser e a renda, tramas delicadas e marcantes na ráfia. Enquanto os vestidos se encarregaram de misturar comprimento midi com decotes sinuosos, a calça em versão babado lateral propõe um look perigoso, se a intenção é disfarçar o volume do quadril.
A cartela de cores proposta pela estilista da marca Priscilla Darolt é suave e mistura amarelo, verde (na torcida pela Seleção na Copa 2014) a nuances de tangerina, terrosos e branco.

TUFI DUEK

O calor foi levado às últimas consequências na coleção de verão da marca Tufi Duek. O estilista Eduardo Pombal mergulhou na ideia de trabalhar o estilo que imperou em balneários e piscinas icônicas dos anos 60. Apesar da inserção de um leque de referências do período – bojo pontudos dos sutiãs, cintura marcada e decote frente-única – Pombal soube como ninguém trabalhar esses elementos e deixar a roupa leve e jovem.

A sensualidade adocicada tomou conta da passarela, com muitas “lolitas” desfilando minivestidos de bojo marcado e recortes na linha da cintura.

CAVALERA

A Cavalera encerrou o primeiro dia do evento, com uma apresentação colorida e descontraída. A entrada na sala de desfile foi tumultuada e teve empurra-empurra. Dentro da sala, seguranças tiveram que tirar fãs e fotógrafos que se aglomeraram na primeira fila onde sentaram as atrizes Deborah Secco e Letícia Spiller. Vestidos, blazers e caftans de estampa floral (a inspiração foi a ilha de Bali) em fundo escuro demarcaram território. Ao som de Arnaldo Antunes entoando “Pedido de Casamento”, a grife ressuscitou a camurça em vestidos e coletes, bem como tops com nó frontal, saia três marias e jeans clarinho. O apelo é comercial, com exceção de alguns itens empoeirados, como as botas em camurça e mules de salto grosso, o excesso de franjas, estampas e transparências. Ao final da apresentação, modelos e equipe de criação entraram empunhando cruzes de madeira com inscrição “mudança, paz e amor”. A explicação está no manifesto #AquiJaz, reivindicação por mudanças no país, proposta do dono da marca Alberto Hiar, conhecido como Turco Loco.

A semana de moda paulistana prossegue até sexta, no Parque Cândido Portinari, com 34 desfiles no line-up.

(*) A jornalista viajou a convite dos organizadores do SPFW
 

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