Exposição de australiana, vista por mais de 1 milhão de pessoas no Brasil, chega ao CCBB BH

Da Redação
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28/09/2016 às 15:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:01
 (Divulgação)

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A partir do próximo dia 12 (quarta-feira), o CCBB de Belo Horizonte recebe a exposição "ComCiência", primeira individual da australiana Patricia Piccinini no Brasil. Depois de atrair mais de um milhão de visitantes aos prédios do CCBB SP, Brasília e RJ, a exposição traz à capital mineira esculturas da artista, na fronteira entre o hiper e o surrealismo, que derivam de pesquisas com biotecnologia e engenharia genética.

Para trazer a questão das mutações genéticas para o território da arte, Patricia se utiliza do realismo como linguagem, apresentando ao espectador um universo de criaturas desconhecidas, porém palpáveis e surpreendentemente afetuosas. “ComCiência”, um neologismo que carrega sentido duplo, conectando consciente e ciência, propõe ao público um percurso narrativo entre esculturas, desenhos, fotografias e vídeos, em um total de 43 obras.

BreathFruit, a obra inflável que estará no pátio do CCBB BH

Apresentada apenas na mostra carioca, a obra/instalação “BreathFruit” propõe uma forma ambígua, misto de vegetal e animal, que remete tanto a uma fruta tropical – como o caju, visto pela artista pela primeira vez na vida em São Paulo – quanto aos seres fantásticos que compõem sua obra. A escultura estará em constante movimento, inflada e esvaziada em ciclos de 15 a 20 minutos. Ao ser inflada, a escultura revelará uma índia ajoelhada sob a cabeleira. “A forma do objeto e sua relação com a figura humana se modifica ao longo do tempo. À medida que o espectador caminha pelo espaço e pela exposição, o formato desta obra será sempre diferente e estará em constante transição”, explicou a artista.

As obras da exposição são compostas por seres ao mesmo tempo repulsivos e sedutores, concebidos pela artista em seu estúdio de Melbourne – que em muito se assemelha a um espaço de criação de efeitos especiais para o cinema, com seus ateliês de pele, unha ou cabelo – e que provocam uma imediata e paradoxal resposta do público. Se por um lado suas formas causam asco ou repulsa, sua familiaridade e doçura geram uma empatia quase imediata. Trata-se de um jogo preciso, que encanta não apenas pelo virtuosismo técnico, mas, sobretudo porque desperta por meio do sensorial uma série de indagações acerca do mundo contemporâneo, dos efeitos da ciência e dos limites morais e éticos do ser humano.

“ComCiência” faz um amplo apanhado da produção da artista e reúne alguns de seus principais trabalhos. O espectador vai se deparar com peças icônicas da artista como Big Mother (uma figura agigantada, que se assemelha a uma macaca e amamenta um bebê); The Conforter  (uma menina toda coberta de pelos acalenta um pequeno ser, de pele macia e pés fofos como um bebê humano, mas que tem uma boca agigantada e sem olhos –; ou ainda The Observer (2010), um curioso menino que observa o mundo de um ponto de vista privilegiado e perigoso, o alto de uma pilha inclinada de cadeiras. Qualquer metáfora com o percurso que a exposição propõe ao espectador não é mera coincidência.

Serviço 

ComCiência - Patricia Piccinini

Curadoria: Marcello Dantas

LOCAL: Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade, 450  – Tel.  (31) 3431-9400.

PERÍODO: De 12 de outubro de 2016 a 09 de janeiro de 2017

ENTRADA FRANCA

MAIORES INFORMAÇÕES: site bb.com.br/cultura

CLASSIFICAÇÃO: Livre

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