Exposições propõem diálogo entre Inhotim e curadoria do acervo do local

César Augusto Alves
cpaulo@hojeemdia.com.br
07/09/2016 às 16:31.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:44
 (William Gomes/Inhotim/Divulgação)

(William Gomes/Inhotim/Divulgação)

Pode parecer muito, mas é pouco. Para tanta expansão, reconhecimento e evolução, convenhamos, dez anos de estrada é pouco tempo, e é isso que faz de Inhotim e sua trajetória únicos. Percorrendo esta década, a instituição decidiu mergulhar no vasto acervo e montar duas exposições temporárias que repensam cada obra da Coleção Inhotim.

“Light” e “Por aqui tudo é novo...” serão inauguradas nesta quinta (8), nas galerias Mata e Lago. O Hoje em Dia visitou as exposições na fase de montagem e teve a oportunidade de conhecer o que prepara a curadora portuguesa Marta Mestre. “Queria entender quais conceitos tinham se configurado. Quais as linhas e intenções de aquisição? De uma coleção de 1.300 obras de arte, 700 estão expostas no parque, outras estão na reserva”, revela Marta.

A curadora busca uma narrativa que mostre este acervo aproximando-o das intenções do Inhotim. Para Marta, o fato da exposição durar dois anos faz com que tudo se modifique através da “vida longa”. A grande proposta dos espaços seria não deixar que a exposição morra, mas fazer com que os significados se remodelem com novas camadas.

Por aqui tudo é novo?

A pesquisa foi além, bem além do Inhotim que conhecemos. A curadoria resolveu pesquisar quem esteve naquele espaço antes de ser Brumadinho, antes de ser Inhotim. “Descobrimos que um viajante inglês passou por aqui no século 19 e registrou tudo em um livro. Uma frase do registro nos despertou: ‘por aqui tudo é novo’. O que seria novo?”, questiona Marta. Essa foi a bússola que os levou a pesquisar a própria coleção.

A frase do pesquisador deu nome à exposição na Galeria Mata, que coloca em evidência artistas mais jovens da Coleção Inhotim em contraponto àqueles que marcaram os primeiros anos do Instituto, como José Damasceno, criando uma interação estética e atemporal.

Já “Light”, na Galeria Lago, propõe uma relação entre artistas. A curadoria traz obras que exploram a luz, o que expressa os caminhos que Inhotim ainda tem a explorar. Claudia Andujar (“Visão Yanomami”), por exemplo, reaparece com registros de uma São Paulo dos anos 70 – distante do notório trabalho em Roraima – dividindo espaço com obra de Cildo Meireles. Por fim, tudo se traduz em um afinado diálogo entre obras e histórias, entre curadoria e Inhotim. 

Visitante: atente o olhar à obra “Fissura”, de Sara Ramo, que mostra o “lado de dentro” da Galeria da Mata

  

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