Fã não mede esforços (nem dinheiro) para alimentar paixão pela franquia

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
13/12/2015 às 09:24.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:19
 (Luiz Costa)

(Luiz Costa)

O bolso doeu: R$ 9 mil gastos em produtos relacionados ao sétimo filme da maior série de ficção cientifica dos cinemas. “Não dá para pensar em dinheiro e ser econômico nessas horas. Se não investir, não compra mais”, salienta o advogado Helber Pinho Tavares, que já faz contagem regressiva para ver o novo capítulo na telona.

Ele é um dos muitos fãs que estarão presentes na primeira sessão, à meia-noite de quarta-feira. E vestido a caráter, como um dos soldados imperiais (os Stormtroopers). Para adquirir o precioso ingresso, Helber teve que contar com a “Força” – ou sorte, para o menos iniciados na franquia de ficção científica iniciada em 1977.

“A Força me despertou exatamente no horário que se iniciaria a venda de ingressos pela internet. Estava dormindo em frente à TV, coincidentemente vi o anúncio, corri para o computador e comprei. Quinze minutos depois já não tinha mais”, recorda, brincando com o título “O Despertar da Força”.

Mais vale um gosto

Só faltou mesmo o último modelo da armadura dos Stormtroopers, reinventada para marcar o princípio da terceira trilogia. Boa parte dos R$ 9 mil, por sinal, foi direcionado para a nova aquisição, que, infelizmente, não ficará pronta a tempo do lançamento. “Só em janeiro”, registra.

Apesar da chegada tardia da roupa, fabricada num galpão em Contagem, na Região Metropolitana de BH, Helber será um dos primeiros 30 brasileiros a ficarem “atualizados” com o figurino dos inimigos da Aliança Rebelde. “Em Belo Horizonte, são apenas cinco”, registra.

Enquanto não chega, ele se diverte com seu novo “brinquedinho”: um robozinho chamado BB-8, que tem a forma de uma bola e responde ao smartphone como um controle remoto, mas também é capaz de receber comando de vozes como o de ir patrulhar. Valor: R$ 2,5 mil.

Com 54 anos, Helber passou pela experiência e emoção de acompanhar o lançamento das três trilogias. “Tinha 16 anos quando vi o ‘Guerra nas Estrelas’. Foi amor à primeira vista. E isso não restringe à minha geração. Um amigo me contou que seu filho viu a capa no supermercado, comprou e viu cinco vezes o filme”.

Não basta gostar de ‘Star Wars’, tem que encarnar um personagem

Um dos elementos de identificação do cineasta e jornalista Cadu Barros com a série “Star Wars” é a relação entre Darth Vader e o jedi Luke Skywalker, que, na história, são pai e filho, apesar de estarem em lados opostos da guerra.

“Também tive uma relação conflituosa com o meu pai. A gente se amou muito, mas brigou muito também. Tínhamos temperamentos e opiniões diferentes. Mas, claro, meu pai não foi o antagonista da minha vida”, observa.

Aliás, o gosto de Cadu pela série vem do pai, que assistiu o primeiro filme (“Guerra nas Estrelas”), de 1977, numa sala de cinema. “Ele viu as quatro sessões do dia. E depois viu mais três vezes de tão impressionado que ficou”.

Sem medir esforços

                                                                                                             Eugênio Morais/Hoje em Dia

Cadu virou aquele tipo de fã incondicional, que não só coleciona filmes e objetos como também se veste como um dos personagens. “Meu figurino é de jedi, porque meu personagem favorito é o Luke. Por sinal, até o meu cachorro ganhou esse nome”, revela.

Outro exemplo de paixão aconteceu em 2006, quando deu um jeito de incluir a série em sua monografia, na faculdade de Jornalismo, realizando um vídeo que exibe os personagens da saga.

“A maneira que encontrei para encaixar (na monografia) foi falar da multiplicidade de gêneros. Fiz um média-metragem que tinha todos os gêneros cinematográficos. E ‘Star Wars’ é isso: tem comédia, suspense, ação e drama”, avalia.

Para Cadu, a explicação para o sucesso da franquia está na reunião de elementos mágicos e fantasiosos, baseados na tragédia grega. “George Lucas pegou diversos aspectos da mitologia para construir sua space opera”.

Hitler

O cineasta compara Darth Vader, por exemplo, ao ditador alemão Hitler, a mente por trás da Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 1930 e 1940. “É possível fazer relações entre o nazismo e a República: ambos começaram como república e depois se transformaram em Império”.

Outra semelhança está no senador Palpatine, que se tornou chanceler antes de virar o imperador Darth Sidious. “Com Hitler foi assim. Até as nomenclaturas são as mesmas. Tudo isso mostra que a corrupção ocorreu por dentro, com a democracia se tornando ditadura”, compara.

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