Fãs acampam em frente ao Mineirão para ficarem pertinho de Paul McCartney

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
17/10/2017 às 14:30.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:15
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

É inevitável. Quando um artista internacional se apresenta em Belo Horizonte, vários fãs fazem questão de acampar na porta do espaço do show para conseguir ficar grudado na desejada “grade”. Se o artista em questão é um ex-beatle, a tradicional fila ganha uma cara diferente, marcada pela diversidade etária dos fãs. Ali estão adolescentes, mas também representantes da maturidade. 

Aos 45 anos, a funcionária pública Betânia Alvarenga faz questão de enfrentar o sol quente para ficar pertinho de Paul McCartney. Ela saiu de Ipatinga, no Vale do Aço, na noite de segunda-feira (16) e viajou para Belo Horizonte de trem. Chegou ao Mineirão às 7h30 de terça (17) e encontrou 35 pessoas já acampadas à sua frente. Todos com o mesmo objetivo de ficar “grugado na grade”.

Os portões do estádio serão abertos às 17h e essa turma terá que ficar quatro horas em frente ao palco para conseguir manter o lugar conquistado a duras penas. Para não ter que sair de perto da grade nem para ir ao banheiro, Betânia providenciou uma fralda geriátrica. Além de, claro, uma mochila cheia de lanches, frutas, iogurte, suco e água. “Pelo Paul, passo fome, sede, aguento a chuva. Tirei férias para vir tranquilamente para o show”, garante.

“Esse é o terceiro show do Paul que irei assistir. O primeiro foi em 2013 em Belo Horizonte e depois foi em 2014 em Cariacica (na Grande Vitória).No segundo, eu cheguei bem cedo e consegui ficar na grade”, conta Betânia, que tem uma taguagem com o Fab Four e fez questão de vir a BH com uma camisa personalizada da turnê feita por um artista de Pernambuco.

Letra tatuada

A primeira da fila era Mariana Bertolacini, estudante de Letras de 19 anos que chegou ao Mineirão às 22h de segunda com dois amigos. Ela tem versos da música “Blackbird” tatuados no braço e tem o sonho de ganhar um autógrafo de Paul McCartney no corpo, bem pertinho da tattoo.

Segundo ela, os Beatles têm um significado especial para sua vida. “Quando tinha 13 anos, descobri que tinha sérios problemas de saúde, como depressão e transtorno de ansiedade. Estava sofrendo e conheci a música dos Beatles, que foram muito importantes na minha aceitação de como eu sou. Sempre me espelhava e me inspirava. Foi muito especial quando ouvi em 'Blackbird' o verso em que falam que você estava só esperando esse momento para ser livre”, conta a estudante.

Para deixar marcada a admiração pela banda britânica, Mariana tatuou a letra de “Blackbird” no dia em que completou 18 anos de vida. “Tenho a esperança de ver o Paul assinar embaixo da minha tatuagem. Estou levando um cartaz e vou ficar na grade para mostrá-lo. Por isso cheguei cedo. Quem sabe ele não vê e não me chama?”

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