Fãs do universo geek não se escondem mais atrás da timidez ou dos óculos

Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.com.br
24/05/2017 às 17:40.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:42

É bom preparar as capas de super-herói, os sabres de luz, as joysticks e todos os apetrechos possíveis. Afinal, hoje – 25 de maio – é dia de celebrar o Orgulho Nerd.

A data tem a ver com uma homenagem à estreia do filme “Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança” nos cinemas americanos, mas a cultura geek vai muito além das galáxias e dos super-heróis. E os nerds, há muito tempo, já não são apenas as pessoas tímidas escondidas em óculos fundo de garrafa.

“O mundo nerd hoje abriga muitos tipos de fãs, muitos interesses”, afirma a publicitária Vitória Barros, de 25 anos. Adepta da moda de rua japonesa, ela se define como uma “nerd das roupas”.

“No Brasil, os fãs de moda japonesa se transformaram praticamente em uma tribo urbana, assim como os góticos e os punks”, explica ela, que também é fã de quadrinhos, animações e games, e vê nesse universo a possibilidade de ser ela mesma e de se expressar de variadas maneiras.

“Há várias aberturas para expressar minha paixão pelo que gosto, seja através de textos, de ilustrações, de músicas, seja até mesmo fisicamente, me fantasiando como meus personagens favoritos”, ressalta Vitória, que conta carregar o gosto pela cultura geek desde a infância.Rafael Araújo/Divulgação

“Nerd das Roupas”– A publicitária Vitória Barros é adepta da moda de rua japonesa

Vidas múltiplas

Com uma coleção de 17 videogames, o publicitário Rafael Martins, 33 anos, também se interessou por esse universo ainda criança. “Desde a infância sempre gostei de participar de mundos fantásticos. O videogame sempre me propiciou isso. Participar de outras histórias, viver outras vidas, ser vários personagens”, conta o publicitário, que refuta o estereótipo dado aos gamers.

“As pessoas costumam dizer que quem joga videogame não tem vida”, diz, para acrescentar em seguida: “Tem uma frase que não é minha, mas que eu gosto muito: ser gamer não significa não ter uma vida, mas escolher ter várias”.Rafael Martins/Divulgação /

"Muitas Vidas” – O publicitário Rafael Martins possui uma coleção com 17 consoles

Mais que um hobby

O gosto pela cultura nerd pode ir além do passatempo e influenciar também a vida profissional e até mesmo a acadêmica. “Como mestranda e pesquisadora em Comunicação, meu assunto de interesse gira em torno da produção e consumo de entretenimento”, afirma Vitória.

Existe até mesmo um nome para esse movimento. “Fãs que se tornam acadêmicos e levam sua paixão pela cultura nerd para dentro da sala de aula são chamados de aca-fãs”, explica a publicitária, que também leva a paixão pela moda japonesa para o campo profissional, organizando diferentes eventos para divulgá-la.

A atriz e professora de inglês Melânya Fiaux é mais um exemplo de como o interesse pelo universo geek pode influenciar a vida profissional. Aliando o gosto pelo cosplay e a experiência com o teatro, ela possui também uma empresa de animação de festas.

“Faço parte de um grupo voluntário também. Visitamos escolas, asilos e outros lugares com cosplays de super-heróis, personagens da Disney... É uma forma de usar o cosplay para o bem”, diz Melânya, que acha o personagem Yuri (Drico Alves) na novela “Força do Querer” (Globo) muito caricato.

"A gente é a piada da novela, mas não é assim. Eu não saio de cosplay na rua. Normalmente eu não me visto assim", afirma Melânya.

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