Fabiana Cozza homenageia o cubano Bola de Nieve no novo disco ‘Ay, Amor’

Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com.br
11/08/2017 às 17:28.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:02
 (Kriz Knack/Divulgação)

(Kriz Knack/Divulgação)

“Ay, Amor” é o sexto álbum da paulistana Fabiana Cozza, dona de uma das vozes mais destacadas de sua geração. Recém-lançado pela gravadora Biscoito Fino, o disco passeia pela obra do cantor e compositor cubano Ignacio Jacinto Villa Fernández (1911 –1971), o Bola de Nieve. Além de marcar uma pouco explorada incursão por estilos para além do samba, o trabalho é o primeiro da cantora em espanhol.

Com 15 faixas, “Ay, Amor” é o registro de estúdio de “Canto teatral para Bola de Nieve”, show apresentado por Cozza em 2016, ao lado do pianista cubano Pepe Cisneros. “O show tem roteiro e direção do incrível ator e diretor Elias Andreato. Há canções do próprio Bola de Nieve, outras que ele interpretou, textos do poeta espanhol Federico Garcia Lorca e do irlandês Oscar Wilde. Dou voz às paixões que Bola cantou, à desilusão, às memórias, à espera, ao amor incondicional e impossível”, explica Cozza, em entrevista ao Hoje em Dia.

“Andreato acompanhou toda a gravação e, assim, pudemos discutir faixa a faixa antes de gravar”, diz sobre a transposição do palco para o estúdio. “Eu e Pepe temos uma sintonia musical grande. Isso nos aproxima bastante, nos torna cúmplices neste projeto”.

Cozza conta que conheceu a música de Bola de Nieve há mais de 10 anos, através do do escritor Marcelino Freire. “Foi fatal. Ele é de uma intensidade, transparência e genialidade musical ímpares”, comenta o trabalho do cubano, que se exilou no México fugindo das perseguições a homossexuais em Cuba. “Eu trabalhei a intenção de cada canção, de cada poema e, com isso, o timbre, a ambientaçãoda minha sonoridade e a emoção na música junto ao piano do Pepe, o que me ajudou muito”, completa.

A cantora conta que, apesar de pouco explorado em sua discografia, o trabalho com ritmos para além do samba não são uma novidade de “Ay, Amor”. “Meu CD anterior, ‘Partir’, de 2015, já não foi dedicado ao samba e me conduziu por outros espaço e, sonoridades. Quando inicio um projeto, me permito ser uma viajante que carrega poucas coisas na bagagem para justamente me surpreender, me desafiar e me encantar com o que virá”, afirma a cantora, que se diz uma amante do espanhol. 

Para Cozza, que pretende lançar o disco no exterior em 2018, é impossível elencar destaques. “Não há como separar nenhuma música especificamente. O disco tem um conceito, um caminho a ser percorrido, uma história”, finaliza. 

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