Festival Artes Vertentes mistura linguagens em Tiradentes

Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com.br
13/09/2017 às 15:14.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:32
 (Divulgação)

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A palavra crença em seu sentido mais amplo, e não apenas religioso. Esse é o guarda-chuva temático que orientou a curadoria da sexta edição do Festival Artes Vertentes, que começa nesta quinta-feira (14) e vai até o dia 24 de setembro, em Tiradentes. Misturando e criando pontes entre diferentes linguagens artísticas, o evento traz uma programação que abrange música, literatura, cinema, artes cênicas e artes visuais. Durante o festival, músicos, atores, diretores, escritores e artistas visuais de vários países promovem, junto ao público, um intenso diálogo sobre o mote curatorial, por meio de concertos, espetáculos, filmes, exposições, leituras e palestras.

Diretor artístico do Artes Vertentes, Luiz Gustavo Carvalho explica que o mote curatorial orientou toda a escolha das atrações e atividades. “A crença é um tema que acompanha a humanidade desde a antiguidade até os dias de hoje. A ideia é ir além do sentido religioso, englobando, por exemplo, a crença na linguagem, na representação e no amor, provocando reflexões variadas”, conta. 

Carvalho conta que a programação musical inclui 14 concertos em ingrejas da cidade histórica, nem todos vinculados ao repertório litúrgico. “Também serão apresentadas composições criadas a partir de ritmos afrobrasileiros”, sublinha, citando a obra  de Brasílio Itiberê. 

Já nas artes visuais o destaque fica com a exposição que apresenta a obra do fotógrafo francês Pierre Verger. “Sem dúvidas, Verger possui um dos maiores acervos fotográficos ligados ao candomblé”, ressalta. “Também teremos mostras de artistas contemporâneos como Éder Santos”, completa Carvalho.

O cinema foi contemplado ao apresentar o o documentário “Martírio”, com a presença dos diretores Vincent  Carelli e Ailton Krenak. “O filme trata a problemática da etnia Guarani Kaiowá, propondo uma reflexão sober a política ruralista avassaladora da qual somos vítimas no Brasil”, afirma Carvalho, ressaltando, nas artes cênicas, o espetáculo “Se Eu Fosse Iracema”, monólogo de Adassa Martins, um dos nomes mais promissores do teatro contemporâneo.

De acordo com Carvalho, além de mostrar como as linguagens artísticas estão constantemente se permeando, o Artes Vetrentes cumpre a função social de contemplar a cultura para além das capitais. “Democratizar a cultura é  um posicionamento do festival como forma de participação cidadã”, conclui.

Serviço: 6º Artes Vertentes. Desta quinta-feira (14) até o dia 24 de setembro, em Tiradentes. Programação completa em www.artesvertentes.com. 

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