Festival de inverno de Ouro Preto e Mariana prioriza as comunidades locais

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
19/06/2017 às 21:12.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:09
 (UFOP/DIVULGAÇÃO)

(UFOP/DIVULGAÇÃO)

Mais antigo festival de inverno do país, o Fórum das Artes chega aos 50 anos com uma mudança de rota, ao realizar o caminho de volta para casa. É o que aponta a programação divulgada na segunda-feira (19) pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), amplamente dedicada à produção artística local, com atrações de Ouro Preto e Mariana, palco do festival ao lado de João Monlevade.

“O importante para nós, nesta edição, era reaproximar o festival e a comunidade, fazendo com que ele voltasse a ser da comunidade, que já não se enxergava mais dentro dele”, observa Marcos Knupp, pró-reitor de extensão da Ufop e um dos coordenadores do Fórum das Artes. A homenagem aos 150 anos do bloco Zé Pereira do Club dos Lacaios é um passo nesse sentido.

Como comunidade, frisa Knupp, entende-se não somente a classe artística ouropretana e marianense, mas a acadêmica também, promovendo um intenso diálogo com os diversos departamentos da universidade, que voltou a gerir o festival de inverno em 2004, em substituição à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A crise econômica foi um dos grandes desafios à realização do evento, com início em 8 de julho. Em apresentação à imprensa, ontem, no Museu das Minas e do Metal, a reitora Cláudia Marliére destacou que as dificuldades foram contornadas em função das parcerias com a comunidade e prefeituras, mantendo-se o mesmo formato de edições anteriores.

“Mantivemos esse formato com um nível bastante alto”, registra Cláudia, que espera um grande fluxo de pessoas durante os 15 dias de festival. “O Fórum das Artes é uma tradição natural do meio de ano”, salienta. Knutt assinala que, só na área de música, foram mais de 160 inscrições de artistas, “mostrando um real interesse em participar dessa edição comemorativa”.

Agraciados
Ainda no quesito homenagem, o festival lembrará os 80 anos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com seminário que tratará do patrimônio imaterial. A pianista e ex-secretária estadual de Cultura Berenice Menegale, uma das fundadoras do Fórum, também ganhará destaque na programação, com uma apresentação ao lado da Orquestra Sesi Minas.

Sineirata
As 11 igrejas do centro histórico de Ouro Preto realizarão uma “sineirata”, concerto integrado de sinos, na abertura do festival, que terá ainda show de Diogo Nogueira. 

Formado no festival de inverno, o grupo de teatro Galpão levará um dos mais recentes espetáculos, “Nós”, para o Centro de Artes e Convenções da Ufop, no dia 20, a partir das 19h.

A história de cinco décadas do festival, que enfrentou a repressão militar nos primeiros anos como espaço de debate e reflexão, será contada ao longo da programação, que inclui uma exposição sobre as edições, uma conferência do ex-prefeito Ângelo Oswaldo, atual secretário estadual de Cultura, e apresentações de rua da Trupe Festival, que encenará a trajetória do evento desde 1967.

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