Festival Internacional de Bonecos tem 40 espetáculos gratuitos

Vanessa Perroni - Hoje em Dia
Hoje em Dia - Belo Horizonte
29/05/2016 às 12:57.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:39
 (André Burian/divulgação)

(André Burian/divulgação)

O teatro de bonecos não é algo só para crianças, e não está presente apenas em manifestações folclóricas”. Com essa afirmação, a curadora do festival “Sesi Bonecos do Mundo”, Lina Rosa Vieira, apresenta a programação do evento que chega a Belo Horizonte em junho.

Na grade de espetáculos fica clara a diversidade de técnicas de manipulação e o alcance das atrações, voltadas para públicos de todas as idades. Pela terceira vez na capital mineira, esta edição – que inicia no dia 7 – promete abarcar o que há de mais tradicional e moderno no teatro de formas animadas. “Nossa missão é democratizar a cultura e tirar o boneco dos espaços fechados”, salienta Lina sobre o festival, que cria um intercâmbio intercultural de linguagem. “Temos várias técnicas, como a do fio, das luvas, das varas, as manipulações diretas, os bonecos enormes e os quase invisíveis”, enumera. 

O público terá a chance de conferir montagens de sete países: Estados Unidos, Cuba, Hungria, Espanha, Itália, Japão e Brasil. Entre os locais, entram em cena grupos do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais (com os grupos Giramundo e Casa Volante), Rio Grande do Sul, Brasília, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

“Na maioria dos espetáculos há um intercâmbio com a música, a fotografia e a literatura. É o teatro de bonecos em seus mais diversos lugares para quebrar estereótipos que orbitam o universo do teatro de bonecos”, frisa Lina. 

O espetáculo “Alice Live”, do grupo Giramundo, serve de exemplo para a fala da curadora. “Ele possui manipulação de bonecos de tamanhos variados e conta com a execução de músicas, ao vivo, pela banda Pato Fu”, elucida.

Homenagem
No ano passado, o Teatro Popular de Bonecos do Nordeste tornou-se patrimônio cultural brasileiro, com seus mamulengos. Esta edição do Sesi Bonecos do Mundo faz uma homenagem a esse teatro. “Vamos ter uma exposição de caráter museográfico”, afirma Lina.

Como brinca a curadora ao dizer que “sonhar não custa nada”, o festival tem entrada franca. Seu ponto de partida será no Cine Theatro Brasil (Praça Sete) com o espetáculo “Animação Suspensa”, da companhia americana The Hubber Marionettes. O festival segue nesse espaço até o dia 9. Os ingressos serão distribuídos na bilheteria, a partir das 12h, no dia de cada apresentação. No fim de semana, dias 11 e 12, ele ocupa a Praça da Estação, com acesso li

Programação variada inclui oficinas e ações inclusivas

Nem só de bonecos se faz teatro de formas animadas. Com o próprio corpo e jogo de luz é possível encantar o público. O espetáculo “Sombras de Mão”, do grupo japonês Kakashi-za, vai mostrar isso no palco do Cine Theatro Brasil, e também na Praça da Estação. Em cena, a arte milenar do teatro de sombras, em que várias silhuetas de animais e outras figuras são criadas por mãos acrobáticas para contar uma história de amor. 

Além dos japoneses, outro destaque da programação, que reúne mais de 40 apresentações, é a montagem “Animação Suspensa”, da companhia norte-americana The Huber Marionettes. O espetáculo é composto de diferentes cenas com marionetes e traz um repertório variado ao som de violino e uma ambientação de cabaré.

Na Praça da Estação, as atrações se revezam em três palcos. Entre elas, o grupo italiano Girovago & Rondella com um circo em miniatura e bonecos de dedo. Do Rio Grande do Sul, o grupo Mosaico Cultural. São Paulo marca presença com três companhias: Truks, Sobrevento e Pia Fraus. Do Rio de Janeiro vem o grupo Contadores de Estórias. 

Democrático
Algumas ações do festival incluem audiodescrição e linguagem de libras. Outra ponta do projeto leva apresentações para comunidades da cidade que não têm acesso à cultura. Para os profissionais ligados às artes cênicas, o evento reservou oficinas com artistas que integram a programação. Elas ocorrem entre os dias 6 e 10 de forma gratuita, mediante inscrição (pelo site sesibonecos.com.br/2016/oficinas).

Ao falar da grandeza do festival, que traz o teatro de formas animadas para a cidade, a curadora Lina Rosa Vieira recorre à origem da palavra anima. “Ela quer dizer alma. Com isso temos duas interpretações. Uma do renascimento do boneco, e outra do nosso encontro com a arte, que é sempre muito transformadora”, analisa.

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