Festival mostra nosso jeito próprio de fazer música

Pedro Artur - Hoje em Dia
08/07/2014 às 08:33.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:18
 (Samuel Mendes)

(Samuel Mendes)

Começa nesta terça-feira (8) e prossegue até sábado (12), a primeira edição do “Jazz das Gerais”. A programação reúne artistas renomados como o violonista Juarez Moreira e outros da nova geração, como a banda de música instrumental brasileira Dibigode. Os espetáculos, com entrada franca, acontecem na Funarte MG (confira a programação completa ao lado).

O primeiro contato do público será nesta terça com a Misturada Orquestra, que reúne instrumentistas, compositores e arranjadores de uma nova geração de músicos mineiros. De acordo com Mauro Rodrigues, coordenador da banda e professor de música da UFMG, no show de logo mais haverá “de tudo um pouco”. Isto é, músicas autorais do primeiro CD do grupo “Misturada”, lançado ano passado, e outras inéditas, além de novos arranjos para clássicos como “Paraíso”, de Moacir Santos; “Cravo e Canela”, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos; e “Round Midnight”, de Thelonious Monk.

“Está havendo uma retomada do grupo com esse evento. Como é um coletivo (na criação do CD eram 20 participantes) fica difícil juntar todo esse pessoal. Agora, surgiu essa oportunidade. Estamos muito contentes de poder reativar a nossa orquestra”, diz Mauro Rodrigues, que toca flauta, e avisa que nesta terça no palco serão 11 instrumentistas.

Juarez Moreira, que fará apresentação solo, vai interpretar composições próprias e outros bambas da MPB, como Bonfá e Tom Jobim, além de fazer uma incursão pela música dos Beatles. E diz que reserva surpresas. “30% do show será surpresa, dependendo da plateia. Cada plateia reage de uma forma, além do lugar, que sugere ou não uma certa leveza ou um tocar mais agressivo ou mais poético”, avisa.

Para Moreira, esse evento resgata a tradição da música instrumental mineira. “É um fazer diferente (música) do que o resto do Brasil manda. Por isso, essa quantidade de eventos em Belo Horizonte, muitos músicos elegeram a cidade como lugar de festivais, de acontecimentos de música instrumental. Esse (projeto) está seguindo a nossa tradição, (a música instrumental) está virando tradição igual ao pão de queijo”, brinca o compositor.

Tempo para maturar

O projeto – produzido pela Clareia Produções, com patrocínio do Ministério da Cultura – começou a ser pensado em 2003, mas somente agora ganhou corpo. Carlos Dalla, idealizador e um dos produtores do “Jazz das Gerais” ao lado de Ângela Arantes e Letícia Cabral, diz que, primeiro, foi a um workshop em que o compositor Guinga falava sobre a música mineira e os trabalhos de Toninho Horta e Wagner Tiso, bastante conhecidos fora do Brasil, serem classificados de forma genérica como “Brazilian Jazz”.

“A intenção é mostrar essa música instrumental que se pratica em Minas como gênero específico da nossa música brasileira; é um jeito de fazer música particular de Minas que agora saiu do papel”.

PROGRAMAÇÃO

‘Jazz das Gerais’ ocupa Funarte MG

No Teatro da Funarte MG (rua Januária, 68, Floresta), com entrada franca (distribuição de ingressos nas lojas Serenata e na Funarte, 1h antes das apresentações)

Nesta terça: Misturada Orquestra (21h)

Nesta quarta: Dibigode (20h)

Quinta: Juarez Moreira (20h) e Hugo Guedes Trio (21h)

Sexta: Clóvis Aguiar Trio (20h)

Sábado: João Antunes Grupo (20h)
 

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