Filhos da revolução: Há 30 anos surgia o "Legião Urbana"

Clarissa Carvalhaes - Do Hoje em Dia
15/07/2012 às 09:58.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:34
 (Legião Urbana/Divulgação)

(Legião Urbana/Divulgação)

Eles eram tão jovens, mas já sabiam que era preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. E bem mais que querer derrubar reis e fazer comédia no cinema com as suas leis, a "Legião Urbana" não se bastou em ser a Geração Coca-Cola. Descobriu que por mais que o mundo fosse complicado, nada seria tempo perdido.

E quando o lendário "Aborto Elétrico" se desfez, "Legião Urbana" e "Capital Inicial" se fizeram. De Brasília para o resto do país foi um pulo. Um salto bem generoso aliás.

Das inspirações de Renato Russo, reuniram-se Marcelo Bonfá, Dado Villa-Lobos e Renato Rocha. Um quarteto que rapidamente ganhou a afeição de uma das mais importantes bandas do Brasil na época, o "Paralamas do Sucesso". Era 1987 e a "Legião Urbana" (já com dois álbuns gravados) lançou o LP "Que país é esse" empunhando como carro-chefe a música que batizara o nome do petardo – com influência no rock'n'roll politizado, contestador, revolucionário.

Passados 30 anos desde a criação da "Legião", o baterista Marcelo Bonfá ainda se recusa a falar sobre quando o fim da banda foi decretado (logo após a morte do vocalista Renato Russo, em 1996, em consequência de complicações causadas pela Aids). De como os ânimos, palavras e sentimentos foram expressos. "Ainda é muito difícil falar sobre isso', resume.

Mas Bonfá é gentileza e esperança quando o assunto se basta em música. "O rock vive salvando minha vida. Assim como a de várias pessoas que não se enquadram em uma forma preestabelecida de conduta", diz.

"Hoje, vendo o cenário do rock no Brasil digo que tem muita coisa acontecendo por aí, mas de forma diferente de quando acontecia. Agora você pode se comunicar com mais pessoas através da internet. As coisas só passam por ali, mas o rock ainda é uma coisa real. Isso apenas não acontece aqui no Rio de Janeiro. Por aqui o rock quase não existe", lamenta o músico que segue na estrada com a trupe "Bonfá e os Corações Perfeitos". Algumas composições do músico, aliás, estão disponíveis no site www.marcelobonfa.com.br. "Sabe, não carrego arrependimentos. Tudo que fiz serve para dar um passo à frente".

Só é realmente uma pena que a "Legião Urbana" não tenha tido todo o tempo do mundo.

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