Filme argentino 'Amor não tem tamanho' discute sobre os preconceitos

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
01/12/2014 às 08:21.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:13
 (Divulgação)

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Ivana é uma mulher linda que, em um dia ruim, ao brigar com o ex-marido, atira longe seu celular. Dias depois, recebe um telefonema, em seu apartamento: um homem assistiu ao ataque de fúria e agora quer devolver o aparelho, cuja dona foi localizada pelo número registrado como “casa”. Ao assentir ao convite para se encontrarem, Ivana já nutre boas expectativas – afinal, pelo primeiro contato, foi possível perceber que se trata de uma pessoa divertida, cortês.

O fator surpresa vem quando, no restaurante, ela percebe, algo constrangida, que seu benfeitor é anão. Estamos falando de “O Amor Não Tem Tamanho”, produção argentina que acaba de aportar nas locadoras.

E se o título inclui a palavra amor, já deu para perceber: sim, a relação ganha contornos de namoro, e León, arguto que é, não demora a constatar que a amada não está propriamente empenhada em lhe apresentar para a família e amigos. Vencida a resistência, os dois efetivam a relação aos olhos do mundo – que devolve com doses de preconceito muitas vezes explicitada por cochichos, olhares de espanto ou mesmo incorretos e deslocados risos.

Ah, sim, esquecemos de dizer. Trata-se de uma comédia romântica. De início meio capenga, vamos combinar, mas que vai pegando ritmo no decorrer da história, ancorada também em uma série de outros personagens, como o filho único de León, a ex-mulher, o ex de Ivana, a secretária absurdamente sem noção (e talvez por isso divertida) ou a mãe perua (de Ivana, também) com seu novo marido, surdo-mudo.

Aliás, vem da atabalhoada secretária o momento “incômodo”, no qual ela fala do “nanismo do pensamento” dos preconceituosos. No frigir dos ovos, não se trata de um filme impactante ou que deixe marcas indeléveis, e talvez nem tenha essa pretensão... Fica como uma historia leve, engraçadinha, que não faz ninguém se arrepender do dinheiro gasto com locação, ou do tempo consumido.

Vale frisar ainda alguns pontos: 1) Julieta Díaz (a Ivana) lembra, muito, Fátima Bernardes. Embora tenha traços também de Deborah Secco e Lizandra Souto; 2) A coprodução com o Brasil garante cenas no Rio de Janeiro; 3) O título no Brasil teria sido mais feliz se fosse traduzido do original: “Coração de Léon”.

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