Fim do jejum de Christina Aguilera: oitavo álbum de estúdio é aclamado por fãs e pela crítica

Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.combr
21/06/2018 às 06:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 00:50
 (Reprodução/Facebook)

(Reprodução/Facebook)

Sucesso de crítica e de acessos no streaming, o novo álbum de Christina Aguilera marca o fim de um jejum de seis anos sem o lançamento de inéditas. “Liberation”, o oitavo disco de estúdio, vem recheado de parcerias que trazem ar fresco à música da norte-americana, como o rapper Kanye West e a cantora Demi Lovato.

O rapper Kanye West assina a produção das músicas “Accelerate” e “Maria”

A longa pausa dada desde “Lotus” (2012), não significou distância dos holofotes. Aguilera foi presença constante na TV norte-americana, tanto como jurada da “The Voice”, entre 2011 e 2016, quanto em participações na série “Nashville”. Na Netflix, os fãs também puderam matar a saudade dos vocais marcantes da loira, já que, em 2016, ela gravou a música “Telepathy” para a produção “The Get Down”.

Foi também durante esse período, mais precisamente em 2014, que Christina começou a produção de “Liberation” – que, até o momento, tem sido seu disco mais bem recebido por especialistas. No site Metacritic, que pontua álbuns de acordo com as avaliações recebidas, o novo trabalho da cantora não teve nenhuma avaliação negativa da crítica especializada. 

Se a recepção tem sido tão boa, o tempo pode ter sido um aliado no rumo acertado do álbum. Para o DJ Carlos Kroeff, que acumula experiência de 30 anos na discotecagem nas melhores casas noturnas e baladas de Belo Horizonte e também fora daqui, a pausa dada pela cantora é um movimento inteligente. 

“Nesse tempo, ela tem um respiro, deixa sua música solidificar e decantar para lançar um trabalho novo e até mesmo para não atropelar conceitos”, observa. 

De acordo com Kroeff, um respiro é importante até para a maturidade do artista. “Ela sempre foi uma cantora teen. Então, esses anos serviram para que o público dela crescesse e para que ela pudesse mudar o foco e também perfil”, pontua. Não por acaso, ela apostou em sonoridade mais madura e, no disco, mesclou o pop ao R&B e ao rap. 

Kroeff destaca, ainda, outras vantagens do hiato. “Esse desaparecimento é sensato até para provocar saudades. Quantas vezes não escutamos alguém dizer que não aguenta mais ouvir determinado artista?”, argumenta. Instagram/Reprodução / N/A

Ao lado de Demi Lovato, Aguilera lançou “Fall In Line”, um dos carros-chefe do disco

“Esse disco veio pra mostrar que ela controla a própria voz, da forma que bem entende. Se quiser gritar, vai gritar. Se quiser cantar baixinho, vai cantar. É a Christina Aguilera, não tem mais que provar nada a ninguém”Bruno FidelisFã de Aguilera

Parcerias

Além dos grandes nomes por trás do disco – inclusive o da própria Aguilera, que participa da composição de quase todas as músicas do álbum –, há colaborações de peso. Uma delas é o duo com a cantora Demi Lovato, em “Fall In Line”, um dos carros-chefe da divulgação. 

Para o fã de Christina e roteirista Bruno Fidelis, de 29 anos, a colaboração, que tem uma mensagem femininista, traz uma das marcas de Aguilera.

“Novamente, ela aborda temas de autoajuda. Acho que foi uma das primeiras que pensou em falar abertamente sobre autoestima e encontrar a força interna”, pontua. 

Fidelis conta que é um dos traços preferidos na cantora. “Eu sofri bullying de todas as formas: por ser gay, por ter a orelha grande e espinhas, por ser gago... E músicas como ‘Fighter’ e ‘The Voice Within’ sempre me ajudaram a ter força”, descreve ele, que acompanha Aguilera desde os 10 anos. 

“Acho que a música é mais do que falar sobre se divertir, é passar uma mensagem de força a quem precisa”, declara. NBC/Divulgação / N/A

Christina Aguilera foi uma das juradas do The Voice norte-americano, entre 2011 e 2016

Canções de veterana fazem sucesso com público jovem

Quando Christina Aguilera despontava no universo da música pop com “Genie In A Bottle”, single lançado em 1998, o estudante de jornalismo Lukas Ramos tinha apenas um ano de idade. Mas o pouco contato com o início da carreira da norte-americana não impediu que, tempo depois, ele se tornasse grande admirador. “A música ‘Hurt’ foi a primeira que eu ouvi. Amei, fui aprender a letra e fiquei curtindo”, recorda. 

No entanto, somente quando um dos melhores amigos decidiu se arriscar na carreira musical, que Lukas realmente passou a conhecer melhor a trajetória de Aguilera. “Ele pesquisava cantoras com grandes vozes e me falou da Christina. Mostrava vários vídeos e fui me apaixonando pelo trabalho dela, história, carreira e tudo”, diz. 

Vozeirão

A norte-americana é reconhecida mundialmente pela qualidade da voz e foi também essa característica que fisgou a admiração de Ramos. “Além disso, o trabalho dela era muito diferente do que estava sendo aclamado na época no meu ciclo de amigos”, explica. 

Em “Liberation”, Christina explora bem o vozeirão e não é difícil deduzir que o disco já conquistou o fã. “Eu já tinha criado uma expectativa enorme para o álbum e quanto terminei de escutá-lo, achei muito coeso e bem produzido, tanto as letras quanto os ritmos”, elogia. 

“Então, depois de um ‘Bionic’ (2010) , que traz uma Christina futurista, e um ‘Lotus’ (2012), que poderia ser facilmente da Britney Spears, eu percebo que esse é um trabalho que a mostra com o pé no chão, centrada e falando: ‘olha, eu sou isso aqui, eu canto assim, essa é a minha arte’”, avalia o jovem fã.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por