'Florence and the Machine’ lança álbum confessional; letras abordam experiências pessoais

Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.com.br
03/07/2018 às 06:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:09
 (Divulgação)

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A feminina e quase transparente camisola que veste a vocalista Florence Welch na capa do recém-lançado “High As Hope”, da banda Florence and The Machine, é o símbolo perfeito do novo trabalho. Assim como se despe visualmente e distancia da imagem andrógina e quase dura do último disco, “How Big, How Blue, How Beautiful”, Welch abandona as metáforas – marca das composições – e explora, de forma direta e confessional, o passado e as experiências ao longo das dez canções do álbum, que leva pela primeira vez a assinatura da vocalista na produção.

Mais madura, Florence discorre sobre temas pessoais como o comportamento autodestrutivo que marcou a juventude dela, temática que aparece em canções como “South London Forever”, em que canta: “Eu digiro pelo lugar onde nasci/E pelos lugares que eu costumava beber/Jovem e bêbada e tropeçando na rua”. Recentemente, declarou que parou de compor músicas sob efeito de álcool ou durante ressacas e que está sóbria.

Em “Hunger”, single lançado antes do disco e sucesso no streaming, a compositora fala sobre distúrbio alimentar: “Aos 17 anos eu parei de comer/Eu pensei que o amor é uma forma de vazio”.
 

Carinho

A família é outro tema que ganha destaque em “High As Hope”. Na música “Grace”, canção em que a banda parece brincar com o título ao explorar uma sonoridade quase gospel, Florence se dirige à irmã: “Você foi quem eu tratei da pior forma/Só porque eu era quem você mais amava”. A temática familiar também dita os rumos em “The End Of Love”, música em que Florence aborda as origens da família e o suicídio da avó. 

Ainda há espaço para que a cantora homenageie uma das principais inspirações. Definindo-a como sua “North Star”, o que no contexto pode ser entendido com uma estrela-guia, a britânica faz celebra a cantora norte-americana Patti Smith em “Patricia”.

Protesto

Para além de seus guias, fantasmas ou dramas pessoais, Florence se volta também para acontecimentos recentes. Em “100 Years”, Florence canta sobre o momento em que “Mulheres enfureceram-se enquanto velhos homens se atrapalharam e choraram”, possível referência ao movimento #MeToo, que denunciou os assédios e abusos cometidos pelo executivo de cinema Harvey Weinstein. 

Com arranjos mais simples e menos orquestrais, caminho diferente dos discos anteriores, a banda reforça o tom mais introspectivo do álbum. Trazendo a potente voz de Florence em contextos mais suaves, e quase sempre acompanhadas por um piano, a banda prova que é há força na calmaria e faz seu melhor disco. 

  

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