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A boa notícia: o novo filme do português Pedro Costa, “Cavalo Dinheiro”, está confirmadíssimo na grade do 18º forumdoc.bh, dedicado a filmes etnográficos documentais e de ficção que começa nesta quinta-feira (20) no Cine Humberto Mauro, com entrada franca. Sem muito recurso para investir em produções estrangeiras de destaque, a organização apelou aos cinéfilos, anunciando uma “vaquinha”. Deu certo, e “Cavalo Dinheiro” será apresentado dia 28, às 21h, no Cine 104. O forumdoc.bh é, hoje, um dos mais relevantes festivais do gênero na América Latina com verba de editais públicos, como o Fundo Municipal de Cultura. “Esse ano perdemos um patrocinador devido à falta de periodicidade desses editais de cultura. É inacreditável que um projeto que há 18 anos consolida uma programação significativa tenha que, a cada edição, começar do zero”, registra a coordenadora Júnia Torres, ressaltando que a “resistência” partiu de um trabalho coletivo dos integrantes da Associação Filmes de Quintal e do suporte da UFMG. Mas a dificuldade serviu para mobilizar o público, com ações colaborativas como a exibição do filme de Pedro Costa. “Apresentaremos o longa de um diretor genial”, comemora. Outra atração é a sessão comentada do média “A Família de Elizabeth Teixeira”, último trabalho de Eduardo Coutinho, morto em janeiro. No filme, ele retorna à figura central de “Cabra Marcado para Morrer”, uma das sobreviventes da repressão às lutas camponesas durante a ditadura. “Coutinho era um grande amigo do forumdoc. Deixou grande ensinamentos sobre o papel do cinema”, lamenta Júnia. Um dos grandes nomes do documentário contemporâneo, o israelense Avi Mograb ganhará uma retrospectiva (entre eles o recente “Uma Vez Entrei num Jardim”) e comandará uma oficina gratuita, com apoio do Ministério das Relações Exteriores. “O engajamento de seus filmes se faz em várias frentes: na escolha de temáticas atuais e controversas, notadamente o conflito entre israelenses e palestinos; e na ousadia do se colocar em cena, criando um personagem que é tanto real quanto o é ficcional”, analisa Júnia. Serão exibidos, até o dia 30, mais de 60 filmes, muitos brasileiros. A abertura terá a apresentação de “Branco Sai, Preto Fica”, de Adirley Queirós, grande vencedor do último Festival de Brasília. “Por meio do filme aprendemos muito sobre as formas segregacionistas e violentas usadas pelo Estado brasileiro sobre a periferia e os jovens negros”, assinala Júnia. Forumdoc.bh – Abertura nesta quinta, às 19h, no Cine Humberto Mauro. Entrada franca. Site: forumdoc.org.br