Fotografia analógica ganha festival em BH

Thais Oliveira
taoliveira@hojeemdia.com.br
17/11/2016 às 19:12.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:42

Enquanto a maioria opta pela agilidade da fotografia digital, há quem esteja se movimentado em direção justamente oposta. Criado por amantes da fotografia analógica, o coletivo M.A.F.I.A resolveu mostrar como a experiência de revelar um filme pode ser única por meio do 1º Rolê Analógico, a ser realizado amanhã no Baixo Centro Cultural. 

Será um dia inteiro de atividades que inclui oficinas, caminhada pelas ruas para fotografar, exposições, exibição de filmes e feira de fotografias e publicações impressas.

O produtor cultural e DJ Rafael Rasone, um dos fundadores do coletivo, explica que a ideia surgiu após participar de uma feira de revelação e perceber que há muita gente interessada na fotografia analógica na cidade. 

Conforme Rasone, a proposta do evento é atrair tanto quem já entende do assunto quanto aqueles que querem aprender. O produtor cultural adverte, porém, que o festival não se propõe a criar um mercado, mas, sim, fomentá-lo. “A ideia é juntar pessoas para trocar experiências e informações”.

Paixão
Em tempos de selfie e superexposição em redes sociais, curiosamente, Rasone nunca teve uma câmera digital em seus 36 anos de vida. “Ganhei minha primeira câmera analógica com uns 6 ou 7 anos de idade”, lembra. Desde então, teve várias máquinas do tipo e simplesmente não passou por sua cabeça ter uma câmera digital. “Acho que foi influência da minha família. Isso foi acontecendo naturalmente e se tornou um hobby”, diz.

Apesar da paixão pelo analógico, Rasone entende que o digital também tem sua importância. “A foto se tornou uma arte mais acessível. Pessoas que antes não ligavam tanto para foto, agora lembram de registrar os momentos com o celular. Acho que a importância do analógico e do digital é a mesma”, considera.

Mesmo assim, ele não pensa em trocar suas câmeras analógicas. Para se ter uma ideia, o DJ guarda todos os negativos desde criança e acredita ter hoje ao menos 4 mil fotos nesse estado. “É muito legal revelar um filme. Aquela imagem se torna meio que eterna. É uma experiência diferente. Nunca se sabe como a foto vai sair. É sempre uma surpresa. É emocionante”, vibra. 

Programação
As mesmas sensações o público poderá experimentar durante o festival com as oficinas de fotos. “Vamos ensinar de como se coloca o filme na câmera até a magia que é fazer a ampliação. Todos vão poder também aprender como se revela uma foto, processo esse que pode ser feito até em casa”, adianta Rasone.

O Rolê Analógico contará também com uma mostra de slides e narrativas da artista Maria Macedo e um varal de trocas aberto para quem quiser levar fotos para trocar, doar ou vender. Haverá ainda a feira Analog Zine com os expositores Wagner Luiz, Pixel & Prata, Beto Mordente, Quituts Vegan, Bicirangos do Valente, Bicirando do Botequim, Miguel Aun, Fernando Biagioni (químicos) e Neto Macedo (químicos).

 Serviço: 1º Rolê Analógico do M.A.F.I.A. Amanhã, das 10 às 20h, no Baixo Centro Cultural (rua Aarão Reis, 554, Centro). Programação gratuita, exceto as oficinas e o Street Mafia (passeio de 1 hora pelo Centro para fotografar). Inscrições pelo site sympla.com.br.

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