Projetos oferecem cozinhas que podem ser ocupadas por diferentes chefs

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
13/05/2016 às 18:01.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:25
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

Antigamente, se um chef não tivesse um restaurante ou fosse funcionário de um, era bem complicado apresentar seu trabalho. Pior ainda para um bom cozinheiro amador que não tivesse uma boa estrutura na própria casa. 

Para atender a essa demanda, surgiram em Belo Horizonte projetos de cozinha compartilhada – ou seja, estruturas de cozinha que são utilizadas por diferentes pessoas. 

O mais novo empreendimento nessa linha é o House of Food, franquia de uma bem-sucedida iniciativa paulistana que foi instalado na avenida Carandaí, onde antes funcionava o Glassê. 

O House of Food pretende dedicar as segundas-feiras a projetos sociais. Assim, interessados levam o seu cozinheiro e toda renda é revertida para eles

 Dia todo
Funciona assim: o restaurante oferece a estrutura da cozinha e o chef leva todos os ingredientes para preparar o seu menu. Durante todo um dia (das 11h30 à 0h), o chef coloca à disposição do público um cardápio – podendo usar a opção à la carte ou vender a refeição completa, com entradas, pratos principais e sobremesas.

O atendimento dos garçons e a venda de bebidas fica por conta da administração do House of Food. Para quem preferir beber um vinho, não há taxa de rolha – mas o cliente tem que levar as suas próprias taças. 

“O chef é quem manda o cardápio, mas nós damos uma olhada para ver se tem algum prato ou ingrediente que pode atrapalhar a produção”, afirma Luiza Silvério, gerente de marketing do House of Food. 

Segundo ela, a procura tem sido tão grande que as programações de maio e junho estão praticamente fechadas. E ela conta que não são somente os chefs sem restaurante que procuram o espaço. “Tem alguns que trabalham em restaurante, mas querem experimentar novos pratos. Essa é uma opção interessante”, diz Luíza.

Divulgação

Especialista em comida mexicana, Diogo Gazinelli aderiu à ideia. Participou do House of Food sexta passada e do “Restaurante Efêmero”, projeto do Guaja Casa, no dia 7 de maio. “É uma ideia muito bacana para chefs que não têm restaurantes. É uma maneira de divulgar seu trabalho, ter o nome mais conhecido na cidade”, diz Diogo, que atuou como chef no Elvis King Pub. 

Guaja Casa e Vila do Chef também disponibilizam espaço para cozinheiros

Espaço de coworking aberto no início deste ano na avenida Afonso Pena, o Guaja Casa também aderiu ao conceito de cozinha aberta. Há três semanas, deu início ao projeto “Restaurante Efêmero”, realizado aos sábados. 

A cada semana, um chef é convidado a ocupar a cozinha, que normalmente é comandada por Pedro Mendes. “A intenção é oferecer cardápios diferentes aos sábados. Os convidados podem ser chefs profissionais ou amadores”, afirma Pedro. “Sempre procuramos colocar no menu uma opção vegetariana, para agradar a todos”. 

A primeira edição teve comida árabe, a segunda foi dedicada a pratos mexicanos e a terceira foi com feijoada. A próxima edição do “Restaurante Efêmero” será gastronomia italiana. 

Mas a cozinha do Guaja não funciona somente aos sábados. Durante a semana, das 8h às 18h, café e quitutes são servidos para as pessoas que usam o espaço de coworking e, à noite, o espaço é transformado em uma hamburgueria. 

Vila do Chef

O conceito de cozinha compartilhada pode parecer novo, mas um espaço já vem trabalhando esse modelo há três anos na capital mineira. Trata-se da Vila do Chef, um bucólico e bonito espaço localizado no bairro Palmeiras. 

A ideia foi colocada em prática pelo administrador Frederico Calijorne, que participava de uma confraria de gastronomia e percebeu que algumas pessoas desejavam cozinhar para os amigos, sem que tivessem um espaço adequado para isso. 

Inspirado em uma vila de arquitetura do século 18, o espaço conta com três cozinhas gourmet montadas com eletrodomésticos e utensílios profissionais. As cozinhas têm tamanhos diferentes: para 10, 12 ou 18 convidados.

“A casa atende ao chef que não tem um espaço para mostrar suas habilidades e também a um público que gosta de cozinhar, mas não tem espaço em casa. Pode alugar para cursos de gastronomia ou para eventos de confrarias”, afirma Frederico, lembrando que foram mais de 500 eventos realizados no espaço desde a inauguração, entre eles festas de aniversário e casamento.

O custo do aluguel é de R$ 30 por pessoa (ou seja, se for usar a cozinha para dez pessoas, o pagamento é de R$ 300). 

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