"Mobilidade pelo mundo/ Amabilidade pelo mundo”. Os versos de “Babulina’s Trip”, uma das canções mais conhecidas do Graveola (que abandonou o sobrenome “& o Lixo Polifônico”) vão de alguma maneira se materializar neste fim de semana, em Belo Horizonte. O grupo escolheu comemorar 12 anos de atividade com uma celebração que tem tudo a ver com mobilidade e amabilidade, a começar pelo nome: Festival Rolé, gíria que se refere a dar uma volta, um passeio por aí. O gesto sinaliza uma tradição do grupo em pautar a questão da “ocupação do espaço público, da descentralização cultural e da mobilidade urbana”, como diz o vocalista e guitarrista Luiz Gabriel Lopes.
Com programação gratuita nesta sexta, sábado e domingo e realizado em três parques municipais da cidade – Estrela Dalva, Fazenda e Professor Marcos Mazzoni – o Rolé segue uma marca fundamental para o grupo e sua geração, ligada historicamente a ações como a Praia da Estação, o Duelo de MC’s e shows em espaços como a Ocupação Dandara, que dizem de viver BH como um espaço de amplas possibilidades. “É uma espécie de campo simbólico, que possui reverberações maravilhosas que atravessam gerações. E o Graveola sempre foi um ator muito engajado, muito ativo, no sentido de mobilizar um público nesse processo”, acredita o músico.
Nessa direção, a mobilidade com o Rolé se dá ao “propor uma expansão do circuito cultural, ir até equipamentos públicos, parques maravilhosos, que não têm programação constante”. Outro fator adesivado na trajetória do grupo se reprisa nesta comemoração: a interlocução com outros, “relações de retro-influência”, como define Lopes. “Neste caso, estamos fazendo uma ponte com as gerações mais novas, que são parceiros, nos quais temos interesse na obra e influência mútua”.
Assim, participam dos shows de abertura do Rolé a dupla de rap Hot & Oreia ( “representantes de uma das cenas mais potentes do rap nacional, a de BH”), a cantora Laura Catarina (“Produzi o primeiro disco dela e é uma artista muito profunda, é muito gratificante somar com ela) e A Outra Banda da Lua (“Uma galera de Montes Claros, vão se apresentar pela primeira vez em BH. Me lembram muito o Graveola no início. Uma energia super bonita”). A discotecagem fica a cargo do “peça rara” Dedé Santaklaus, destaque da cena.
Ou seja: trata-se de manifestação de afeto, a amabilidade típica do grupo. Que, como garante Lopes, é a guia para o próximo álbum do Graveola, já em gestação, que deve ser lançado no início de 2019. “Depois de um tempo de decantação, desenvolvemos um caminho estético legal para ele. Estamos em um novo momento, de fazer as coisas mais carinhosamente, menos afobadas. Já está no forno, em breve teremos novidades”, garante.
Serviço
Graveola Apresenta FESTIVAL ROLÉ (20 a 22 de julho)
20 de julho (sexta-feira) - 18h
Parque Estrela Dalva (Av. Costa do Marfim, 356 - Estrela Dalva)
18h: Hot & Oreia (abertura)
20h: Graveola
DJ Dedé Santaklaus
21 de julho (sábado) - 9h
Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado (R. Des. Lincoln Prates, 904 - Itapoã - Pampulha)
9h: Laura Catarina (abertura)
10h: Graveola
DJ Dedé Santaklaus
22 de julho (domingo) - 9h
Parque Professor Marcos Mazzoni (Rua Deputado Bernardino de Sena Figueiredo, 1.022 - Cidade Nova)
9h: A Outra Banda Da Lua (abertura)
10h: Graveola
DJ Dedé Santaklaus