Grupo Encena celebra 30 anos com a peça “Um Interlúdio: A Morte e a Donzela”

Thais Oliviera
taoliveira@hojeemdia.com.br
04/08/2016 às 18:40.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:10
 (Guto Muniz/Divulgação)

(Guto Muniz/Divulgação)

No fim da ditadura militar, um grupo teatral se levantava em Belo Horizonte para debater a história social e política brasileira. Na estreia, o espetáculo “A Lira dos 20 Anos” (1984), cujo enredo se ambientava em fatos reais da época. Nascia, assim, o Encena. Agora, a companhia comemora 30 anos de atividades (na verdade, 32) com outra trama tão contundente quanto a primeira. “Um Interlúdio: A Morte e a Donzela” abre temporada hoje, no Teatro João Ceschiatti, no Palácio das Artes, e segue até o dia 28.

O grupo teatral Encena já recebeu prêmios pelos espetáculos “Ópera de Sabão – Assim Era o Rádio” (1988), “O Beijo no Asfalto” (1996 e 2007) e “Nossa Cidade” (2010). Ao todo, a companhia fez 18 peças em 32 anos de atuação

Wilson Oliveira, fundador do Encena e diretor do espetáculo, explica que a grande mensagem é a discussão atual por detrás da trama fictícia. Um suspense psicológico paira no ar, a partir do momento que uma mulher diz ter reencontrado o homem que a torturou 15 anos antes. Um advogado entra em cena, representando o poder político, e um médico nega a própria vocação ao se aliar ao poder militar, fazendo, assim, da mulher uma vítima do sistema. 

O QUE É ÉTICO?
"O encontro destes três personagens gera um conflito contemporâneo, que é a fragilidade do homem diante do poder do Estado. É uma reflexão atual, porque estamos vivendo num regime de exceção que foi normatizado. As formas de convencimento mudaram tanto de mãos que as pessoas, por via democrática, transformaram uma via incomum também em democrática. A gente ficou sem saber o que rege as regras éticas”, pontua.

A obra foi inspirada pelo texto dramatúrgico de Ariel Dorfman. O roteiro do filme de Roman Polanski (lançado em 1994 e baseado em Dorfman) e a música de Schubert, ambas intituladas de “A Morte e a Donzela”, também serviram de referências para a montagem. Os atores Gustavo Werneck, Christiane Antuña e Nivaldo Pedrosa formam o elenco.

Serviço: “Um Interlúdio: A Morte e a Donzela”, de hoje a 28/8, sexta e sábado às 20h30, e domingo às 19h. Teatro João Ceschiatti, no Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537). Por R$ 30 e R$ 15 (meia)

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