Guilherme Peluci conduz show de improvisação dirigida

Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com.br
17/08/2017 às 08:04.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:07
 (Samuel Mende/Divulgação)

(Samuel Mende/Divulgação)

Lawrence D. “Butch” Morris (1947-2013) é o nome do criador do conduction (condução, em português), método de improvisação dirigida em que um grupo de músicos inventa composições ao vivo, orientado por sinais manejados pelo condutor. Após criar a prática, nos anos 1980, o norte-americano inspirou artistas ao redor do mundo. Um deles é o mineiro Guilherme Peluci (Dibigode/Ad Hoc), que estudou as teorias de Butch Morris no próprio mestrado. Desde o fim de julho, Peluci vem coordenando uma turnê de concertos, workshops e palestras voltadas para a prática do conduction. A apresentação derradeira acontece nesta sexta-feira (18), no CCBB-BH, pelo Savassi Festival.

A turnê divulga o livro “The Art of Conduction – A Conduction Workbook”, assinado por Daniela Veronesi, que reúne manuscritos de Butch Morris escritos ao longo das últimas décadas. “Iria encontrar o Butch Morris, mas infelizmente ele faleceu durante meu mestrado. Então, comecei a conversar com a Daniela, que foi assistente dele por mais de dez anos”, conta Guilherme Peluci. “Ela disse que tinha os manuscritos e que iria publicar um livro em 2017. Então, sugeri fazer esse lançamento internacional, também aqui no Brasil”, relembra.

A partir daí, Peluci e Veronesi organizaram uma agenda volumosa de atividades em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e BH. “Foram 18 atividades previstas e ainda apareceram outras no caminho. Tivemos a oportunidade de tocar com músicos incríveis, como o Benjamim Taubkin, em São Paulo”, conta. “O interessante é que cada concerto tem uma personalidade diferente. Depende de quem está tocando, da cidade onde as pessoas moram, das bagagens musicais que carregam”, diz.

Segundo Peluci, o show em BH contará com 22 músicos, entre eles alguns nomes conhecidos. “Teremos o Cliff Korman no piano, as mulheres do Coletivo ANA cantando. Haverá ainda dois DJS, duas baterias, dois baixos, guitarras e um naipe de sopros. Vai ser bem interessante”.

Mas como funciona a improvisação dirigida? “O regente combina alguns códigos estruturais. Por exemplo, se repete uma frase ou faz uma pausa, se faz um som longo ou rápido. Mas o conteúdo vem dos músicos, é um processo de composição coletiva. O condutor apenas organiza”, explica."Também vejo como uma prática social, porque você precisa aprender a ouvir o outro, a saber a hora de falar ou não, a dialogar, a perder o medo de se misturar”, defende.

Serviço: “The Art of Conduction”, com Guilherme Peluci. Sexta-feira (18), às 20h, no CCBB-BH (Praça da Liberdade, 450, Funcionários). Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

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