"Inverno", de Jon Fosse, estreia nesta sexta no Teatro Oi Futuro Klauss Vianna

Clarissa Carvalhaes - Hoje em Dia
01/08/2014 às 08:38.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:36
 (Márcio Monteiro)

(Márcio Monteiro)

"É uma história de amor sem melodrama, sem obviedade. Com princípio, meio e fim. Quando li o texto pela primeira vez, achei a escrita muito ‘seca’ – talvez fria, como o inverno. Ao mesmo tempo, tinha uma proposta estética muito bonita e foi aí que o Jon me pegou – e decidi mergulhar na história de vez”, recorda a diretora mineira Rita Clemente, ao explicar seu interesse por “Inverno”, texto do dramaturgo norueguês Jon Fosse.

No entanto, muito antes de chegar até ele, Rita conta que estudou várias outras obras à procura de uma que pudesse encenar. “Eu queria algo que pudesse ser feito com um elenco bem pequeno. E a ideia era ser a atriz, e não a diretora do espetáculo – mas, com o tempo, as coisas precisaram tomar outro rumo”, conta.

Isso porque Rita comprou os direitos de teatralizar a obra há mais de dois anos. “Eu tenho 47 anos, e depois de ler e reler ‘Inverno’, percebi que a personagem não poderia ser eu. O perfil dela pedia alguém mais jovem. Foi daí que assumi a direção e convidei a Bruna (Chiaradia) e o Leonardo (Fernandes), que, juntos, fizeram um trabalho brilhante. Toda equipe aliás – porque conseguimos ser um grupo conciso, que soube trabalhar em conjunto, criando diálogos que me deixaram segura, tranquila”.

Inverno

Apesar de ter um expressivo reconhecimento mundo afora, é raro encontrar textos de Fosse (hoje com 54 anos) traduzidos ao português do Brasil. “Li ‘Inverno’ primeiro no português de Portugal e depois pedi a um amigo que traduzisse para o ‘nosso português’”, conta.

“Depois de algumas leituras descobri que o texto é uma grata surpresa. Às claras, ele é frio, mas, nas entrelinhas, é carregado de um sentimento muito contundente. Jon sabe como poucos trabalhar com o paradoxo. Sua escrita é fria, mas é também calor. É seco, mas é inundação. Aos poucos descobri que ‘Inverno’ é maior do que eu imaginava”.

Com entrada a preços populares, “Inverno” estreia nesta sexta-feira (1º) e fica em cartaz até o dia 10 no Oi Futuro Klauss Vianna. “Estou feliz por tê-lo encontrado, por estrear em Belo Horizonte e por oferecer ao público uma atração com preço acessível e atendendo a todo tipo de público”.

“Inverno”, sob direção de Rita Clemente. Teatro Oi Futuro Klauss Vianna (av. Afonso Pena, 4.001). Sexta e sábado, às 21h, e domingo às 19h. De 1º a 10/8. R$10 e R$5 (meia)
 
Teatro para todos
 
Teatro para ver mesmo sem enxergar, para ouvir mesmo sem escutar. Desde abril, o Teatro Oi Futuro participa do projeto “Acessibilidade”, que tem como objetivo incluir pessoas com deficiência auditiva, visual, intelectual, com síndrome de Down, autistas e disléxicos na programação teatral da cidade. “Quando soube da iniciativa propus de imediato participar desse desafio”, destaca Rita. A sessão especial de “Inverno” será no dia 10.
 

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