Jogos de tabuleiro sobrevivem à concorrência dos eletrônicos

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
17/01/2016 às 08:14.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:03
 (Hoje em Dia)

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Lorena Marinho é “metaleira” e estuda Odontologia. Diandra Guedes gosta de MPB e cursa Jornalismo. Já Rafaela Manini faz Design de Moda e curte mais o pop internacional. Amigas há seis anos, desde quando se conheceram no colégio Sagrado Coração de Maria, o trio tem predileções completamente diversas, mas se entende bem quando está diante de um tabuleiro.

Após cada uma ir para uma faculdade diferente, os encontros agora se dão na casa da Rafaela, onde jogam preferencialmente o Quest, ou no único bar de Belo Horizonte que disponibiliza jogos para seus frequentadores – o SoHo, no Funcionários. Na última quarta-feira, elas estavam comendo batatas e brincando de adivinhação (o “Identicard”) numa das concorridas mesas do local.

Diandra, Lorena e Rafaela são a prova de que os jogos de tabuleiro não saíram de moda, conquistando novas gerações. Apesar de escondidas no fundo das lojas de brinquedos, que preferem dar destaque a bonecas, carrinhos e outros itens vinculados a marcas famosas, as brincadeiras com dados, cartões, peões e uma tábula colorida são um dos carros-chefes dos fabricantes.

 

 

Família unida
 
Jogos como Banco Imobiliário, War, Imagem & Ação, Cara a Cara, Jogo da Vida e Detetive não só continuam na linha de produção de empresas como Estrela, Grow e Hasbro, mas também representam uma boa fatia do mercado. De acordo com dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), eles estão na quarta posição entre os mais procurados.

Com 8,6% do “bolo” em 2014, só perdeu para bonecas (19,2%), carrinhos (15,5%) e reprodução do mundo real (9,1%). Minas Gerais foi um dos Estados que passaram a consumir mais desses jogos, saltando de 4,1%, em 2008, para 7,2%, há dois anos. Já Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo sofreram quedas nessa participação.

 

 

“Além de inserir a criança no mundo imaginário, o jogo de tabuleiro recria o mundo real, fazendo com que a criança seja capaz de interagir com os demais”, registra Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq. “Trata-se de um fio condutor para o desenvolvimento de gerações e de entretenimento em tempo real. É muito mais divertido que o eletrônico”, avalia.

A avó Claudia Vanucci não tem dúvidas disso. Ela é uma das maiores estimuladoras para o neto David deixar o X-box de lado. “Lá em casa foi assim desde pequena. E fomos passando isso para os filhos e os netos”, registra Claudia, para quem os jogos de tabuleiro levam os familiares a compartilharem afeto. Nos encontros de Natal, tão sagrado como a ceia é participar dos jogos de Lereia, da Grow.
 
 

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