Léo Kildare lança o livro 'Sobre Voo'

Artista mineiro autografa a obra neste sábado (3/12) no bar Estabelecimento

Vanessa Perroni
vperroni@hojeemdia.com.br
02/12/2016 às 17:09.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:55

Inquieto e avesso ao tédio, o diretor, ator e dramaturgo mineiro Léo Kildare Louback está sempre imerso em algum trabalho. Atualmente radicado em Buenos Aires, na Argentina, onde produz obras com sua recém-criada produtora, MartesNueve, o moço agradou a crítica por lá, e também no México e Cuba onde apresentou alguns trabalhos.
 
Sem perder os laços com o Brasil, Kildare está em Belo Horizonte em uma visita rápida para rever amigos e lançar seu primeiro livro, intitulado “Sobre Voo – ou a Literatura Nasce com a Morte de Um Pássaro”, neste sábado (3/12), no bar Estabelecimento (rua Monte Alegre, 160, Serra), a partir das 16h30. A obra é uma reunião de 27 contos escritos ao longo de 10 anos, entre 2004 e 2014.
 
Com uma escrita sem formalidades e muito visual, o rapaz discorre sobre vários assuntos sem dar nome aos personagens, ou mesmo situá-los no tempo e espaço, com exceção do conto “Sobradinho”, que encerra a obra e fala da experiência que teve ao visitar a cidade que fica na Bahia.
 
O autor conta que todas as histórias são reais. “Tem contos sobre movimentos políticos. Outros para meu pai, minha mãe, pessoas que já me relacionei e até grupos de teatro de BH. Mas nenhum deles estão citados, nem mesmo dá para saber quem são ao ler o livro”, elucida.
 
As histórias ele nomeia de “vômitos”. “Para mim, escrever tem relação com as mortes do cotidiano. O presente é sufocante para a gente dar conta. Então jogo o drama para o texto e não para a vida. Lavo a alma nas palavras para não sair matando ninguém na rua”, brinca.
 
O conto que dá nome ao livro mostra um pouco a influência de Clarice Lispector em sua vida. O gancho para a história foi quando pisou em um pássaro morto. Fato que lembra o conto “Perdoando Deus”, da escritora ucraniana. “Na faculdade tive uma matéria sobre Clarice. Estava imerso nessa literatura”, rememora. Outro diálogo com a autora acontece em seu texto “Paixão”. “Esse lembra a obra 'A Paixão Segundo G.H', pois falo do dia que uma barata entrou no meu quarto. Tive a ousadia de terminar o conto dizendo que reencontrei Clarice”, comenta.
 
Para o lançamento, Léo decidiu reunir amigos em uma grande festa, onde os textos serão cantados, lidos, performeados por diversos artistas. “Vai ser um jogo deles comigo. Tudo no improviso, assim como nasce a minha literatura”, conta o artista que tem 31 anos, sendo 16 dedicados ao teatro e ao cinema, contabilizando 19 peças teatrais.
 

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