Autores infantis contam 'de onde vêm as histórias'

Leida Reis - Enviada Especial
01/08/2014 às 17:10.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:37
 (Leida Reis)

(Leida Reis)

PARATY - Um professor da aldeia Yanbetué percorre 38 horas de barco, com os alunos, para chegar à cidade de Boa Vista de Ramos, no Amazonas. Durante uma semana eles conhecem a vida na cidade e, em outra semana, são os alunos do meio urbano que pegam a embarcação até a aldeia, onde também ficarão sete dias estudando os costumes dos índios. Essa é a rotina do escritor Roni Wasiry, autor de nove livros infantis.   Em Belo Horizonte, Leo Cunha nasceu praticamente dentro de uma livraria e, de família acostumada à convivência com os livros, é hoje autor de quase 50 títulos para os públicos jovem e infantil. Os autores se encontraram hoje na Flipinha, a tenda da Festa Literária Internacional de Paraty que abriga as crianças. Na mesa “De onde vêm as histórias” eles contaram suas experiências pessoais que transportam para os livros.   “As histórias saem da minha infância, é o dia a dia de um indígena, e costumo dizer que a porta se abre para o meu povo quando saímos da aldeia para divulgar nossa realidade”, diz Roni. Mais acostumados aos eventos literários, Leo Cunha gosta do formado da Flipinha pelo trabalho anterior ao evento. “É minha segunda participação. O bom é que os estudantes chegam aqui já conhecendo os livros dos autores, fazem peça de teatro, leem e debatem na sala de aula. É um trabalho que não começa nem acaba na festa literária”.   A professora da rede pública municipal do Rio de Janeiro Marcia Cazer é entusiasta dos eventos com autores por achar que o contato pessoal da criança com eles reforça o gosto pela leitura. “Uma coisa é você ter o livro e o nome do escritor. Outra é conhecer aquela pessoa que escreveu, ver que ela é real. As crianças são sinceras e dizem ao autor que gostaram da obra ou, se não, dão ideias de como eles poderiam ter escrito”.   Hoje, na Flipinha, o destaque vai para o ilustrador e escritor Roger Mello, primeiro brasileiro a ganhar o prêmio Hans Christian Andersen, na Feira do Livro de Bologna, no ano passado. Além da tenda, os autores estão também na Biblioteca da Flipinha, no antigo Cine São Jorge, aberto em 1927 e desativado há 40 anos.  

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