Escritora Marina Colasanti celebra 50 anos de carreira

Elemara Duarte - Do Hoje em Dia
25/09/2012 às 10:34.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:34
 (Divulgação)

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Aos 75 anos – que serão completados na quarta-feira (26) –, a escritora e jornalista Marina Colasanti gosta mesmo é de "ir pra galera" e "se jogar" nos debates sobre sua arte. Nesta terça-feira (25), ela tem um encontro desses com o público de BH, às 19h30, no Museu de Artes e Ofícios. A agenda marca a 50ª edição do projeto "Ofício da Palavra".

Autora de mais de 50 livros e com exatos 50 anos de carreira na imprensa, Marina diz que o foco da conversa é "o que vai ocorrendo". Estranho? Que nada. Marina tem conhecimento de mundo para encarar qualquer tipo de discussão.

Versatilidade

Prova disso é que, nos 15 minutos de entrevista ao Hoje em Dia, a autora falou de tudo um pouco: do país africano onde nasceu, de sua atuação nos debates feministas, dos quatro livros que pretende lançar e de seu entusiasmo em encontrar o público. "Sou aberta à visitação pública", brinca.

Marina lembra que desde a época que trabalhava com a "questão feminina", já tinha muito contato com o público. Ela diz que também trabalha com a parte teórica e que, por conta disso, precisa ter uma reflexão sobre o que faz. "Não é como fazer um ovo todo dia. Cococó... E pum!", ironiza. No ano passado, foram mais de 40 eventos.

Muitas frases e textos atribuídos à autora pela internet nem sempre são dela. "Tem texto até da Clarice Lispector que atribuíram a mim. Tenho que pedir desculpas para a minha amiga Clarice".

Marina Colasanti nasceu em um país africano chamado Eritreia. "Pena que é uma ditadura. Não voltei mais lá. É muito raro encontrar alguém que tenha nascido na minha cidade. Só encontrei uma vez uma moça, em New Orleans, vendendo camiseta". Ambas se emocionaram com a coincidência. A autora ainda morou na Itália e mudou-se para o Brasil, em 1948.

Autora planeja quatro lançamentos neste ano

Além da meia centena de livros, Marina Colasanti planeja lançar mais quatro livros até o fim deste ano. "Escrever é um doce ofício", poetisa.

O primeiro deles é uma tradução de poemas sobre bichos de estimação, da autora colombiana Yolanda Reyes.

Ainda no pacote de criação de Marina estão "Hora de Alimentar Serpentes", com minicontos; "O Nome da Manhã", livro de poesia para crianças; e "Breve História de um Pequeno Amor", sobre Tom, um filhote de pombo que Marina criou.

Tempo para escrever tanto que é uma mágica. "Procuro escrever no início do ano. Mas é quente", observa ela, que mora no Rio de Janeiro. No passado, por conta das festas de fim de ano e do Carnaval, os eventos literários começavam a partir de junho. Hoje, não mais. "Puxo o freio de mão. Há congressos que duram uma semana".

Reconhecimento

A estreia de Marina na literatura foi com "Eu Sozinha" (1968). Desde então reúne vários Jabuti.

A autora venceu o prêmio em 1993 por "Entre a Espada e a Rosa". No ano seguinte, ela voltou a ganhar a premiação em dobradinha por "Rota de Colisão" (1993) e "Ana Z, Aonde Vai Você" (1993).

Com "Eu Sei mas não Devia" (1995), Marina levou o Jabuti, de Contos, em 1997 e com "Passageira em Trânsito (2009), em 2010.

Encontro tem noite de autógrafos

Além do debate, Marina Colasanti também autografa seus dois últimos livros: "Minha Guerra Alheia" (prosa) e "Passageira em Trânsito" (poesia). O projeto "Ofício da Palavra" acontece nesta terça, às 19h30, no Museu de Artes e Ofícios, na Praça da Estação, Centro de BH. O evento tem entrada franca, mas o local está sujeito a lotação.

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