Entre os anos de 1974 e 1982, um grupo de músicos e cantores de Belo Horizonte usou a música e a poesia como armas contra a opressão imposta pelo governo militar. Levava a arte aonde o povo estivesse, com apresentações em bairros da periferia e sindicatos. Era o Grupo Mambembe, que teve sua história resgatada no livro “Pequena História que Virou Canção” (Editora Recanto das Letras), escrito por Toninho Camargos.
Na próxima quarta-feira, o livro, que foi realizado via financiamento coletivo, ganha um lançamento especial na Fundação de Educação Artística: a noite de autógrafos contará com uma apresentação de parte dos 18 ex-integrantes do grupo, que se revezaram em três formações – sendo que Toninho Camargos, Cadinho Faria e Miguel Queiroz estiveram presente em toda a história do Mambembe.
Entre os ex-integrantes estão a cantora Titane, o baterista Lincoln Cheib e o compositor Luiz Henrique de Faria.
Pesquisa
De acordo com Toninho, o grupo atuou junto com o movimento pela democracia do país. “Era um período tenso e tínhamos como meta mostrar a realidade brasileira por meio da música”, afirma.
Para desenvolver o livro, Toninho se valeu da própria memória e de outros ex-integrantes, além de buscar informações em diferentes espaços, como o Arquivo Público de Belo Horizonte, o acervo da Fundação Clóvis Salgado e a Biblioteca Nacional (RJ).
O trabalho de resgate da memória do Mambembe foi além do livro e rendeu também um CD – é a primeira vez em que as músicas registradas pelo grupo saem em formato digital. Com 15 músicas, o disco foi desenvolvido a partir do LP homônimo lançado em 1981 e de duas coletâneas em que o grupo participou. Há ainda registros de apresentações, como uma gravação feita em 1982, em um show no Cine Humberto Mauro. Tem ainda a inédita “Tempo Mambembe”, que Toninho e Cadinho Faria fizeram sobre o grupo.
Serviço: Lançamento do livro “Grupo Mambembe: Pequena História que Virou Canção” na Fundação de Educação Artística (rua Gonçalves Dias, 320, Funcionários), quarta-feira, às 19h.