Erasmo Carlos volta aos cinemas, lança livro de poesia e segue compondo e fazendo shows

Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.com.br
28/04/2017 às 15:15.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:19

Erasmo Carlos não para. Aos 75 anos, o ídolo da Jovem Guarda continua produzindo a todo vapor, e não apenas na música. Na estrada com o show “Gigante Gentil” – que desembarca em Belo Horizonte em 6 de maio – e com três canções inéditas – parcerias com Paulo Miklos, Wanderléa e Frejat –, o Tremendão volta às telonas, após quase três décadas, no filme “Paraíso Perdido”, de Monique Gardenberg. O retorno também acontece nas livrarias. Depois de lançar, em 2013, “Minha Fama de Mau”, com memórias, o artista prepara um livro de poesias, já em processo de publicação.

“Sempre existiu um pouco de poesia nas minhas músicas”, admite Erasmo. Mas nessa nova empreitada, se ver livre das limitações impostas pela composição acabou sendo um fator libertador durante o processo criativo.

Sem a escravidão da métrica musical, o pensamento ficou mais livre e as mensagens, mais diretas”, conta o Gigante Gentil, que também é grande nas produções.

“Fui escrevendo, escrevendo, escrevendo... Quando me dei conta, já eram cento e poucas”, lembra ele, que revela falar nas poesias daquilo que sente, vê e imagina.

Política
“Foi uma luz que me deu. Um ímpeto que deu certo”, afirma Erasmo sobre aquilo que acredita ser a maior contribuição dele para a música: ter feito rock em português. 

“Antes de mim, ninguém fazia. Eu acho que contribui com isso, de ter decidido não fazer mais versões e sim músicas de rock em português”, avalia.
Apesar de a Jovem Guarda ter sido criticada durante a ditadura, Erasmo acredita ter contribuído politicamente naquele período. “Com minhas atitudes, nas minhas letras de música. Com o ritmo que eu fazia, meu modo de me vestir, meu cabelo, linguajar. Uma rebeldia que, na época, era revolucionária. Hoje pode parecer água com açúcar, mas, naquele tempo, não era”, afirma.

Quando o assunto é posicionamento político, inclusive, Erasmo acredita que esta não seja uma obrigação do artista. “Ninguém tem obrigação de nada. Cada um se posiciona como quer. Tem quem use a música como protesto e quem use a música como puro entretenimento”, declara.
“A música não precisa estar diretamente ligada aos direitos do cidadão. Como cidadão falo de um jeito e como artista, de outro”.

Festivais
Neste domingo (30), Erasmo se apresenta no encerramento do Festival Som Livre, em Itabirito, a 55 km de Belo Horizonte. Ele sobe ao palco como um artista já consagrado, o que não impede, porém, várias recordações. 

“Eu me lembro dos festivais de que já participei, da adrenalina que me dava ao apresentar minhas músicas”, conta. “Acho de uma coragem imensa o compositor mostrar a própria música assim. Colocá-la praticamente ao vento para ser apresentada”.

A experiência nos festivais, ainda que não tenha sido a impulsionadora da carreira dele, é lembrada com carinho e gratidão. Aliás, o Tremendão se mostra grato por toda a trajetória. “Atualmente, não peço nada a Deus nem a nenhuma força superior. Só agradeço. Eu queria muito pouco, conquistei muito mais do que queria”.

Saiba mais
Conheça as 24 canções selecionadas para final:

“Zé Ruela” (Pirulito da Vila), “Feito Passarim” (Oxente Uai), “Paz, Amor e Muito Mais” (Policromático), “Sementes” (Neghalin), “Astronauta” (Dolores 602), “Tão Deserto Quanto Eu” (Monocine), “Telemarketing” (Carmem Fem), “Decisão” (Telefunken), “Encelado” (André Porto), “Just a fake” (La Macchina), “10.000 MW” (Islama), “O Morro” (HR Original), “Âncora” (Selmma Carvalho), “Pensava que Não Ia Mais Sofrer” (Cachaça com Arnica), “Give Me a Rose” (Luiza Duque), “Nada Melhor” (Samuel e Fabiano), “Lua[/AD_TXT] e Trilho” (Nono Jornal), “Drama” (Karem), “Namoradeira” (Liliband), “420” (Ben Roost), “Oya” (Que Que Tem Zé), “Sonho de Sorte” (Soul do Bem), “Noites Sem Fim” (Felipe de Oliveira e Dé), “Incelença pra um Adeus Agreste” (Jorge Dikamba)
 

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