Mallu agrada com show solo, mas tem problemas com Banda Ouro Negro

Marco Aurélio Canônico - Folhapress
20/09/2013 às 18:53.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:37

RIO DE JANEIRO - Uma encontro potencialmente interessante, entre o pop fofura de Mallu Magalhães e o refinamento sonoro da Banda Ouro Negro, acabou sendo frustrado por problemas de som e pelo próprio estilo do lugar que o sediou, o palco Sunset, do Rock in Rio.

Apesar da inegável elegância e qualidade das composições (a maior parte do maestro Moacir Santos) e da execução, o clima "jazzy" do encontro se mostrou inadequado para o tipo de evento e de público - muita gente se pôs a conversar e a olhar o celular enquanto as canções mais pop (do repertório de Mallu) não voltavam.

O parco público que assistiu à apresentação, na tarde desta sexta-feira (20) e, estava claramente esperando um show solo da jovem paulistana, e foi isso o que viu no início, com Mallu mostrando canções suaves e românticas como "Cena" e "Ô, Ana".
"Olha, muito obrigada por estarem aqui já cedinho", disse a sorridente cantora à plateia. Elegante como de hábito, com saia e blusa brancas, Mallu alternou-se nos instrumentos --guitarra, violão, teclado-- e continuou sorrindo ao ouvir o público acompanhando-a em "Olha Só, Moreno" e na bilíngue "In the Morning".

A entrada da Ouro Negro, comandada pelo violonista e maestro Mario Adnet, mostrou-se problemática desde o início: ajustar o som de todos os instrumentos dos músicos foi tarefa inglória e não executada a contento.
"É com muito orgulho que a gente apresenta esse repertório lindo do Moacir Santos, nosso maestro brasileiro, que fez esses presentes para a gente", disse Mallu.

Seu desconforto era nítido ("Maestro é novidade pra mim", disse, desculpando-se) e a deixou um tanto engessada. Completar algumas músicas parecia um trabalho hercúleo. "Ufa", disse a cantora, com um risinho tenso, ao final de "What's my Name".

Os melhores momentos da parceria entre cantora e banda foram nas músicas mais suingadas, como "Tim Dom Dom", de Jorge Ben Jor (na qual Mallu animou o público ao rebolar) e "It Don't Mean a Thing", Duke Ellington. Sem Mallu, a Ouro Negro mostrou três canções instrumentais, recebidas com certa indiferença (e um grito de "toca Raul!").

O clima melhoraria no final, com dois sucessos da cantora ("Sambinha Bom" e "Velha e Louca"), comprovando que os fãs queriam a Mallu juvenil e fofa, não a cantora mais adulta, com repertório mais elaborado.
   

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