Quando a banda Colomi acabou, o paulista Xê Casanova não sabia direito que rumo sua carreira musical tomaria. Mas o destino foi fundamental para que ela ganhasse um rumo totalmente inesperado, culminando no álbum “Caixa de Música”, que acaba de chegar às lojas.

Há seis anos, um amigo seu procurou por Marcelo Yuka, interessado em contratar o SURTO. Esse foi o primeiro contato com o compositor e produtor, que logo pediu para que Xê lhe mostrasse as composições próprias. “Eram canções bem particulares, que tinha vergonha de mostrar. Ainda mais que sou da MPB, falo de amor, não tenho nada a ver com ele”, lembra Xê.

Modernidade

Vencida a timidez, Xê mostrou seu material a Yuka, que decidiu produzir o material do debute fonográfico. A intenção era unir o romantismo das músicas com as interferências eletrônicas e modernas que são marcantes no trabalho do ex-baterista d’O Rappa.

“Ele falou: ‘quero produzir o seu disco, mas vai ser do meu jeito, ok?’ Claro que eu não poderia perder essa oportunidade”, diz o músico de Mogi das Cruzes.

“Ele falou que ia tirar a linguagem de banquinho e violão das composições. No começo, estranhei aquela modernidade, mas ficou um resultado maravilhoso”, afirma Xê, falando das batidas eletrônicas e dub com guitarras e sintetizadores que são bastante presentes nas oito faixas do trabalho.

Amizade

Para Xê, o encontro com o produtor vai além da música. Os dois são praticantes de yoga e estão em busca de maior espiritualidade. Conversas sobre a vida e mudanças de comportamento estavam presentes nos cinco anos de desenvolvimento do trabalho.

“Ele é muito generoso, eu ficava sempre na casa dele quando ia ao Rio de Janeiro para gravar. Acabamos nos tornando grandes amigos”, diz Xê, que montou um trio com músicos do Rio de Janeiro e usará nas apresentações ao vivo as bases criadas pelo produtor. O primeiro show, claro, acontece em Mogi das Cruzes.

Compartilhar