Mineiros do Mecainhotim: Segunda edição abre mais espaço para a cena indie

Jéssica Malta
j.malta@hojeemdia.com.br
06/07/2017 às 19:44.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:25
 (Breno da Matta/Divulgação)

(Breno da Matta/Divulgação)

Se no ano passado uma das principais reclamações relacionadas ao MECAInhotim era direcionada à ausência de artistas locais – na programação encabeçada por Caetano Veloso, apenas a banda Senhor do Bonfim representava Minas Gerais– nesta edição (que traz nomes de peso como Jorge Ben Jor e Karol Conka) o descontentamento deve ser menor.

Dessa vez, o line up conta com os belo-horizontinos Djambê, M O O N S e Belisa, do coletivo Masterplano. O coletivo de dança do centro cultural Lá da Favelinha também reforça o time de representantes locais.Já a cidade de Brumadinho (onde se situa o Inhotim) é representada pela banda Fat Monkey, vencedora de um desafio que escolheu um artista local para a programação. 

O mineiro André Travassos, nome por trás da banda M O O N S destaca a importância da presença mineira no evento, mas ressalta que ela poderia ser ainda maior. “Se você tomar por base o número de bandas legais que têm feito um trabalho sério e relevante em BH, caberiam    até mais representantes”, aponta ele. Por outro lado, diz entender a escolha de bandas de fora. “É legal trazer o que está sendo feito no Brasil e no mundo”.

O músico Emílio Dragão, que sobe ao palco no domingo com o Djambê, reforça o coro, exaltando a mescla de nomes renomados e independentes. Para ele, essa é uma oportunidade de ampliar o público, apresentando uma cena que, muitas vezes é pouco conhecida. “É um evento que deixa o público em contato com bandas que talvez ele não ouviria em outro lugar”.Sobre o show no festival, Dragão adianta que o grupo prepara uma apresentação forte para a canção “Quanto Vale?”, composição sobre a tragédia de Mariana, que completa 20 meses neste julho. 

Invasão do Passinho

Representantes do Lá da Favelinha também figuram na programação do evento com um workshop de passinho (coreografia de ritmo acelerado típica do funk), no sábado, e um duelo “nervoso” da dança no domingo.Kdu dos Anjos, gestor do centro cultural, define a presença do grupo como o reconhecimento da importância da dança, nascida na periferia dos grandes centros.“A gente chega em alguns lugares e o povo olha um pouco estranho. Mas depois que dançamos, viramos os heróis da noite”, diz, sobre a presença que o grupo possuí. “Todo o tempo a gente está nessa luta. Nesses momentos, como em eventos maiores, é diferente, porque a gente tem mais voz e espaço. Então é mais fácil achar a gente bonito”, aponta. 

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