Mineiros lembram o centenário de Dorival Caymmi

Elemara Duarte - Hoje em Dia
30/04/2014 às 07:51.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:22
 (Luccas Moreira Pinto)

(Luccas Moreira Pinto)

Hoje é dia de lembrar os cem anos de nascimento do cantor e compositor Dorival Caymmi (1914-2008). Fãs de todo Brasil e, claro, de Minas Gerais, fazem homenagens espontâneas à memória deste que é um dos artistas que mais souberam solidificar as bases da música popular brasileira.

Em Pequeri, cidade da Zona da Mata, às 19 horas, ao som da banda de música com os sucessos do baiano e de seresta, será inaugurada uma placa, a ser afixada em frente à casa onde os Caymmi passam temporadas de descanso. “Ele passou os últimos 15 anos da vida dele nesta casa, no Centro da cidade”, lembra a secretária de cultura de Pequeri, Suyan Cozac.

No poema, explica, o músico pede que o nome da cidade volte a ser “São Pedro de Pequeri”. Tradições à parte, o nome do acolhedor município de 3.200 habitantes continua sendo como é, mas o carinho dos moradores pelo morador famoso nunca mudará.

O poema da placa está publicado na biografia “O Mar e o Tempo” (2001), escrito pela neta de Dorival, a jornalista Stella Caymmi. A biografia ganha edição comemorativa pela Editora 34, relançada no Rio de Janeiro, na última segunda-feira.
 
República em festa

A festa na República Maracangalha, em Ouro Preto, região Central de Minas, hoje, é mais que especial. Apenas “mais chegados”, os estudantes moradores, os “Maracangalhanos”, vão brindar o centenário do autor do sucesso que dá nome ao lar doce lar da turma, fundado em 1955.

“Na época que foi lançada, ‘Maracangalha’ fez muito sucesso”, conta Luccas Moreira Pinto, o “Sargento”, 23 anos, estudante de Farmácia nascido em Ubá. Sargento diz que Maracangalha remete a um lugar “utópico”. “Ainda hoje, fazemos por onde seguir este ritmo”, diz. Segundo ele, quando um estudante vai embora, a música é cantada por todos, como despedida. “Todo mundo sabe a letra, é obrigação, é quase um hino”.

Um mineiro entre a vaca atolada e a areia de Itapuã

Há 13 anos, um mineiro de João Pinheiro, Noroeste de Minas, invade a praia de Dorival. Mais precisamente, a avenida Dorival Caymmi, ao lado da praia de Itapuã, em Salvador, onde ele comanda o restaurante Tempero Mineiro na Bahia. E no centenário de Caymmi, este mineiro, o comerciante Júlio César Ribeiro, avisa: “O cardápio da casa será Vaca Atolada ao som de Caymmi durante todo almoço”.

Dorival gravou “Saudade de Itapuã” em 1948, sobre um dos mais belos cartões-postais de sua terra. “Morei em Rondônia, Brasília, depois vim para cá, me casei com uma baiana. Vim descobrir ‘o que é que a baiana tem’”, brinca Ribeiro, com a letra de outra canção de Caymmi, de 1938. “E firmei aqui mesmo. Agora ‘quietei’”.

Tributo na África

Música de Dorival Caymmi não vai faltar hoje à noite em BH. Por iniciativa de dois primos baianos residentes na capital mineira e fundadores do bloco carnavalesco Baianas Ozadas, será realizado o show-tributo “Dorival Caymmi 100”, na Casa África (rua 28 de Setembro, 476, Esplanada), às 20h. Geo e Peu Cardoso vão apresentar a obra do músico, desde suas primeiras canções praieiras como “Saudades de Itapuã” e “Quem Vem Pra Beira do Mar” aos sambas-canção “Sábado em Copacabana” e “Você Não Sabe amar” e, claro, “Maracangalha”.

Exposição fotográfica é destaque de Fórum

A programação do Fórum Shakespeare é dedicada a atores, diretores, universitários, professores e pesquisadores, mas o curador Paul Heritage garante que o público em geral vai aproveitar o evento.

A exposição fotográfica da brasileira Ellie Kurttz é prova disso. “Ela mora em Londres há 20 anos e a sua especialidade é Shakespeare. O interessante é observar uma perspectiva brasileira sobre peças internacionais”.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por