"Natura Musical" promove, no domingo, shows de Caetano Veloso, Paulinho da Viola, Lenine...

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
02/08/2013 às 08:59.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:36

Se não fossem as restrições para eventos realizados na Praça da Estação, certamente uma verdadeira multidão apareceria ao centro da cidade neste domingo (4). Afinal, quando se tem a oportunidade de conferir numa mesma data, gratuitamente, shows de Caetano Veloso, Paulinho da Viola e Paralamas do Sucesso?

Os 30 mil ingressos para o "Natura Musical" na Praça da Estação se esgotaram, mas quem não conseguiu pegá-los não tem motivo para ficar chateado. Afinal, a programação do palco que será montado na Praça Duque de Caxias, em Santa Tereza, também está sensacional, contando com Tulipa Ruiz, Marcelo Jeneci, Lenine e outros.

Grande atração do festival que aporta em Belo Horizonte, Paulinho da Viola vai realizar um show parecido com o apresentado em julho no Festival de Inverno de Itabira.

"Nesse show, canto músicas que não apresentava há muito tempo, como 'Pra Jogar no Oceano' e 'No Pagode do Vavá'", adianta Paulinho da Viola, que ainda pode interpretar músicas de seus ídolos, como Lupicínio Rodrigues, Ary Barroso, Cartola e Wilson Batista.

O repertório ao lado da Velha Guarda da Portela ainda não foi definido. Mas uma música é praticamente certa: "Eles já pediram para cantar ‘Foi um Rio que Passou em Minha Vida’. Vamos conversar na hora sobre isso", diz o artista, que ainda não tem planos concretos sobre o lançamento de um álbum com inéditas, embora tenha várias composições guardadas na gaveta.

Jeneci

Quem for à Praça Duque de Caxias terá a oportunidade de conferir em primeira mão uma parte de como vai ficar o novo álbum de Marcelo Jeneci, previsto para ser lançado entre setembro e outubro.

Produzido por Kassin e Adriano Cintra, o disco terá a mesma essência do anterior, o bem-sucedido "Feito pra Acabar". "Esse trabalho é o segundo capítulo de um mesmo livro. A diferença é que no primeiro disco eu não contava com a experiência de turnê. As músicas do novo álbum já foram modificadas por essa interatividade com o público".

O tom permanece romântico, pois o artista não se incomoda nem um pouco com a alcunha de "fofo" ou "gracinha" que circulou muitas vezes na mídia e no universo da música.

"Eu sinto que faço música romântica e simples, sobre alegrias e tristezas, e há identificação do público. Dou menos importância para o poder da imprensa e mais ao poder do público", diz Marcelo Jeneci, que chegou a fazer um clipe para a música "Pra Sonhar" com cenas de casamento. "Se as pessoas se casam com as minhas músicas é um motivo de muito orgulho para mim".

Festival dá novo gás ao ousado projeto ‘Sala da Toscaria’

Embora Caetano Veloso e Lenine sejam os grandes headliners do festival, o "Natura Musical" também proporciona a oportunidade de conferir artistas que estão dando passos importantes em nome do reconhecimento nacional.

Lia Sophia, que abre o show da Praça da Estação, é destaque do Pará. A moça faz um som pop com forte influência do carimbó e outras sonoridades de Belém.

Depois dela, sobe ao palco a banda instrumental belo-horizontina Dibigode, que acaba de voltar de uma turnê pelos Estados Unidos. A sonoridade, que mistura jazz com rock, ganha força com a presença de Fernando Catatau, guitarrista do grupo cearense Cidadão Instigado e um dos produtores mais requisitados no mercado.

Acabou Chorare

O evento abre espaço ainda para um dos projetos mais inventivos em ação em Belo Horizonte. A "Sala da Toscaria" sai do tradicional ambiente do Granfinos para subir ao palco da praça de Santa Tereza.

Concebido por Lenis Rino, o projeto consiste numa improvisação (sempre com convidados especiais) a partir do primeiro minuto das músicas de um álbum clássico.

Na apresentação deste domingo, Rino vai contar com Russo Passapusso (vocalista do Baiana System, que havia participado da primeira edição da "Sala de Toscaria") para improvisos sobre as faixas de "Acabou Chorare", principal álbum dos Novos Baianos.

Sempre diferente

Como vai ser, impossível adiantar. "Nunca é igual. A ‘Sala da Toscaria’ tem a vantagem de ser sempre diferente, já que cada disco homenageado tem uma linguagem própria", conta Rino, que recebeu o convite da Natura para participar do festival depois que o projeto ganhou repercussão fora de Minas Gerais.

"Disseram que o convite existiu porque o projeto traduz um pouco da linguagem da produção contemporânea de Belo Horizonte. No fim das contas, isso tem um pouco de verdade, porque os músicos que tocam comigo circulam entre várias bandas de destaque da cidade", afirma Rino.

O festival dá novo gás à "Sala da Toscaria". Após quatro edições bem-sucedidas, o projeto passou por um esvaziamento de público. Rino chegou a pensar em parar com a ideia. "A edição de junho tive que desmarcar, por causa dos protestos, e a de julho não teve público. Mas não vou desistir. Tem muito artista bacana doido para participar do projeto", garante Rino.

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