No Rio Music Conference, clubes mais antigos de Minas Gerais falam de seu sucesso

Paulo Henrique Silva/ Hoje em Dia
16/07/2015 às 19:27.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:56

O sucesso de uma clube noturno está na equação entre o que o público quer consumir e o que a casa tem a oferecer. Parece fácil, mas muitos proprietários estão quebrando a cabeça em busca desse que é o “santo graal” da cena eletrônica.

Mesmo entre os clubes mais antigos, como o Na Sala e o Deputamadre, ambos de Belo Horizonte, e o Privilège, de Juiz de Fora, a receita do sucesso é um mistério, um “segredo que, se foi escrito, está muito bem guardado”, observa o DJ Jota, do Deputamadre.

Ao lado de Kiko Gravatá (Na Sala) e Octavio Fagundes (Privilège), Jota participou, nessa quarta-feira, do painel “Passado, presente e futuro: a história dos clubs mais antigos de Minas Gerais”, mediado pelo DJ Leo Janeiro e promovido pela versão mineira do Rio Music Conference, no Centro de Referência da Moda.

Apesar de ninguém saber ao certo o mapa da mina, os debatedores deram algumas dicas sobre quais as preocupações dos proprietários de casas noturnas para não se tornarem uma “modinha passageira”, destino de vários de seus concorrentes.

Para Gravatá, um elemento importante é não abrir mão de uma programação segmentada por dia, citando as faixas de público que frequentam o Na Sala na sexta (de 18 a 25 anos) e no sábado (acima de 25).

“Quando completamos dez anos, sentimos que precisávamos de uma renovação de público, pois aqueles clientes fiéis de 25 anos estavam agora com 36. Ao envelhecermos, nossas prioridades mudam, incluindo os programas de entretenimento”, destaca.

Com uma programação diferenciada no sábado, perceptível não só no tipo de música como também no cardápio e na decoração, Gravatá entende que, desta forma, o clube consegue girar o seu público. “Mas, claro, com o mesmo espírito, sempre conhecendo todos pelos nomes”.

O Na Sala é um dos clubes com maior taxa de retenção, em torno de 40%, segundo Gravatá. Muito disso em função de um tratamento especial dado aos frequentadores. “Sabemos o perfil dos clientes e, no dia de seu aniversário, não vamos dar champanhe se ele gosta de tequila”.

Octavio faz de seu Privilège a extensão da casa de seus frequentadores. “É por isso que fazemos questão de abraçar o cliente, como se tivesse chegando na casa dos amigos”, explica o proprietário, que abriu as portas em 1999 com uma proposta arrojada.

“Nosso segredo é rejuvenescer sempre. As coisas mudam muito rápido e é preciso estar muito antenado para acompanhar. Tenho 50 anos, mas às vezes acho que tenho 20, pois consigo trocar ideia com alguém dessa faixa melhor do que um de 50”, salienta Octavio.

No Deputamadre, a fórmula é parecida. Segundo Jota, o chefe Alexandre Ribeiro (Lelê) está sempre na pista de dança, concebendo ideias para surpreender seu público. “Ou você se apaixona, o que acontece na maioria das vezes, ou se apavora na primeira vez”, afirma Jota.

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