Novos discos resgatam obra de Belchior

Estadão Conteúdo
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09/06/2017 às 21:23.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:01
 (Ivaldo Cavalcanti)

(Ivaldo Cavalcanti)

SÃO PAULO – A obra de Antônio Carlos Belchior vive dias de descoberta. O anúncio dos discos preparados para serem lançados em breve dá sinais do quanto ainda há de sombras na história do homem que nunca gostou da luz.

Mesmo o que poderia ser uma coletânea sem novidades se transforma, nas mãos do produtor e jornalista Renato Vieira, em um equilíbrio entre o imaginário popular e o inesperado. Antes da morte do cantor, em abril deste ano, ele já havia proposto o projeto à gravadora Warner, companhia que lançou cinco álbuns da grande fase do artista. 

“Eu queria homenageá-lo em vida, adoraria ter contado com as ideias dele”, diz Vieira, que assinou também a produção de uma caixa em setembro de 2016, com três discos lançados pelo cearense por outra empresa, a Universal: Alucinação, de 1976, sua criação maior; Melodrama, de 1987; e Elogio da Loucura, de 1988.

Se fosse um LP, “Belchior 70 Anos – Pequeno Mapa do Tempo” teria o lado A reservado aos maiores hits, palavra estranha no vocabulário do artista, e o B aos garimpos. A sequência começa com Coração Selvagem, Divina Comédia Humana, Todo Sujo de Batom, Na Hora do Almoço, Pequeno Mapa do Tempo, Medo de Avião, Comentário a Respeito de John e Paralelas. 

A partir da faixa 9, é bom legendar. Apenas Um Rapaz Latino-Americano e Como Nossos Pais são versões raras de uma coletânea de 1981 chamada Divina Comédia Humana. Meu Nome É Cem também saiu apenas em um álbum coletivo, sem jamais habitar oficialmente a discografia dele, chamada Super New Disc. Sorry Baby e A Palo Seco saem de um compacto de 1973.

Outros projetos
Em julho, a cantora Amelinha, que formou com Belchior, Fagner e Ednardo um[/TEXTO]a frente conhecida como Pessoal do Ceará, entra em estúdio para começar a gravar o álbum De Primeira Grandeza. 

O repertório terá 12 músicas do Belchior, entre elas sucessos como Paralelas, Medo de Avião, Mucuripe e Divina Comédia Humana e outras bem mais obscuras, como Passeio, Incêndio e Princesa do Meu Lugar.

Outra cantora amiga de Belchior, Lúcia Menezes, tem músicas inéditas do cantor feitas na época em que o cearense estudava Medicina.Ao mesmo tempo, a obra máxima de Belchior, Alucinação, de 1976, é recolocada nas prateleiras em formato LP pela empresa Polysom.

O segundo disco de estúdio do artista é o que vai consagrá-lo como grande compositor, sobretudo pelas canções Apenas um Rapaz Latino-Americano, Como Nossos Pais e Velha Roupa Colorida, as duas últimas também gravadas por Elis Regina. Em um mês, o disco vendeu 30 mil cópias.

Agência Estado

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