'O amor é um fogo mais brando, mais constante', diz Juliana Paes

Estadão Conteúdo
07/02/2017 às 08:30.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:44

Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", por e-mail, a atriz Juliana Paes descreve sua personagem na novela A Força do Querer, nova trama escrita por Glória Perez, que tem estreia prevista para abril, na Globo.

Depois de participar da série Dois Irmãos, em que viveu uma mãe que ama demais e escolhe um dos filhos para dar esse amor exagerado, como é entrar em outra personagem que também não tem limites no amor?
Eu acho que é essa e a única grande semelhança entre as duas personagens, Zana e Bibi. E são motivadas por vetores completamente diferentes. Fico muito feliz de ser escolhida para viver essas mulheres que são verdadeiras forças da natureza. É sempre um desafio imprimir essa força toda sem cair num clichê ou fazer de uma maneira esvaziada. Entrar em outra personagem que gosta, de viver da paixão. A Bibi ainda não descobriu o amor em sua plenitude. Ela não entendeu ainda que o amor em sua plenitude não se alimenta mais do frio na barriga que a gente sente quando vê o outro, desses gestos desmedidos. O amor é um fogo mais brando, mais constante. E ela quer viver em fogo alto. Não quer ficar em banho maria. Acho que essa medida é que a gente vai ter que descobrir e trabalhar.

Você acha que um sonho não realizado pode levar uma pessoa a enveredar para um lado criminoso?
Não se trata de sonhos não realizados. Realmente, a falta de oportunidade na vida, oportunidades reais, que deem vazão aos nossos desejos mais íntimos, de criar, de realizar, de usar toda a nossa capacidade, realmente podem levar as pessoas a fazerem escolhas erradas e escolhas erradas podem virar grandes tragédias nas vidas das pessoas. Eu acho que sim. Que falta de oportunidade pode levar a más escolhas, definitivamente.

Bibi, sua personagem, é uma mulher em busca de seu sonho, de seu querer. É uma mulher forte ou fraca? Ou tem os dois lados?
Acredito que ela é uma mulher muito forte. No sentido de ser um trator. Sabe aquela coisa de 'faça o que você tem de fazer'? E o que tiver de fazer para salvar essa família... E o que ela quer mesmo é que a família dela dê certo. Ela escolheu esse homem menos abastado, com menos possibilidades na vida, mas ela quer que essa família dê certo. Então, acho que, por esse lado, ela é uma grande fortaleza, mas talvez ela não tenha tanta inteligência emocional. E, pensando por este lado, ela seja um pouco mais fraca talvez. Não sei... (risos) Tanta coisa ainda para acontecer.

Existe um limite para se atingir um sonho? É preciso saber a hora de parar, de mudar o rumo?
Acredito que existem limites, sim. Limite para a busca do sonho é você não ferir, não machucar quem está à sua volta. Não machucar quem está vivendo a jornada com você. Sejam pais, amigos, marido, filho. Respeitar a liberdade e os desejos de quem está perto. Mas esse limiar é tão difícil... Fazendo o desejo de quem está próximo. É realmente um jogo de xadrez a nossa vida. Por isso que essa temática é sempre muito bem vinda.

Você é sempre muito sorridente, divertida, como é viver um personagem tão intenso, que ama demais e, por causa disso, pode enveredar por caminhos tortos?
Eu tenho essa faceta. A autora, os diretores sabem disso. O tanto que eu rio, choro pelos outros, pelas coisas... E acaba ficando muito claro para quem tem mais proximidade, que acabam me vendo e vestindo bem essas personagens que têm tintas mais carregadas, são coloridas com tintas mais fortes. Eu rio muito alto - se estou triste, todo mundo sabe também (risos). Isso é uma característica própria e fico feliz que as pessoas reconheçam isso em mim, que isso seja tão desejável nessas personagens e que sejam tão coloridas assim.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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