(Divulgação)
Um conflito provocado pela falta de água é pano de fundo para as reflexões propostas pela peça “O Campo de Batalha”, que estreia nesta sexta-feira (22), no CCBB BH. Nela, há dois soldados no front da “Terceira Guerra Mundial”, mas a falta de munição leva à interrupção do conflito. Os personagens – que estão em uma gangorra – precisam preencher o hiato até receberem novas ordens.
“A peça promove uma reflexão sobre a pausa, em um momento no qual tudo acontece de forma muito rápida”, explica Márcio Meirelles, que divide a direção com Lázaro Ramos e Fernando Philbert.
“Espetáculo-debate”
O texto (do baiano Aldri Anunciação, que está no elenco ao lado de Rodrigo dos Santos) propõe um “espetáculo-debate”. “Coloca frente a frente dois personagens com pensamentos divergentes. Mas dá a eles as mesmas condições de argumentação”, comenta Meirelles. Para ele a peça é quase premonitória, por causa da crise hídrica atual e das manifestações de intolerância e ódio vividas no Brasil recentemente, tanto nas ruas quanto nas redes sociais.
“Somos mesmo inimigos ou estamos dentro de um sistema que polariza?”, esse é um dos questionamentos do espetáculo, segundo Meirelles, que se interessou pelo tema logo na primeira leitura. “A falta de água e a guerra são apenas um fiapo no enredo para dar vazão aos debates sobre aspectos econômicos, sociais e humanos”, acrescenta.
Com muitos efeitos sonoros, o espetáculo se utiliza de imagens da primeira e da segunda guerras mundiais projetadas ao fundo do palco. E 0s comandos de guerra, que conduzem as ações, ganharam a voz da atriz Fernanda Torres. “A sonoplastia é quase um terceiro personagem. Um recurso que dialoga com a atualidade”, reforça Meirelles.
“O Campo de Batalha” – CCBB BH (Praça da Liberdade, 450). De esta sexta-feira (22) a 29/6. Sexta a segunda, às 20h. Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia).