O Dia do Palhaço é celebrado com oficinas, palestras e espetáculos gratuitos em BH

Vanessa Perroni
vperroni@hojeemdia.com.br
06/12/2016 às 19:54.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:58

Com o rosto pintado e o nariz vermelho, essa é a imagem que muitas pessoas guardam do palhaço. A arte milenar, comemorada mundialmente no dia 10 de dezembro, passou por muitas mudanças ao longo dos anos. Em Belo Horizonte, existem grupos e escolas que trabalham diferentes linguagens desta figura ilustre que tem o erro como sua nobre arte de transformação. Uma mostra dessa diversidade ocorre no festival Circovolante.

Em comemoração à data, inicia nesta quinta-feira (8) a segunda edição do “Drops Uniclwon”, que segue até o dia 13 deste mês, na Spetáculo Casa de Artes (rua Pouso Alegre, 1568, Floresta). O projeto gratuito desenvolvido pelo grupo Uniclown vai discutir a arte da palhaçaria por meio de palestras (160 lugares, por ordem de chegada) e oficinas (esgotadas) abertas ao público.
 
Com convidados da França, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, este ano o foco está na formação de profissionais e voluntários que atuam em hospitais e lares de idosos. “O perfil do palhaço que atua nesses lugares é diferente dos que vão para o circo”, garante o coordenador artístico do projeto, ator e palhaço Rodrigo Robleño.

Para ele, esse trabalho voluntário foi muito disseminado, inclusive pelo filme “Patch Adams – O Amor é Contagioso”, com Robin Williams. A boa vontade é um pilar, mas não o único. “Tem muita gente indo para o hospital de nariz vermelho, mas não é palhaço. Então tentamos contribuir com o aprimoramento. Para que possam se apropriar dessa linguagem artística”, elucida, chamando a atenção para a palestra da francesa Annie Rottentein Palestra, que trata do processo psicológico no confronto com a perda. 

Para ele, ser palhaço é uma profissão de denúncia e de provocação. “É chacoalhar as pessoas e, ao mesmo tempo, é dar de presente seu melhor sorriso”, comenta. Mas para tudo existe um limite. “Em sua provocação ele não pode colocar o outro em ridículo. Estamos aqui para fazer esse papel, e o outro se identifica. Posso colocar ele à beira do abismo, mas quem pula sou eu”.

 Conflito na cozinha

 Felipe Chimicatti / Divulgação 

Michelle e Rogério – Eles transformam o trabalho na cozinha em uma divertida tarefa

  

Neste sábado, os artistas Michelle Sá e Rogério Gomes estreiam o espetáculo “Dois Palhaços em... O Pão de Queijo”, no Residencial Hibisco (bairro Jardim Vitória II), e repetem a dose no domingo, no Parque Municipal, sempre às 16h com entrada franca. 

Resultado de pesquisas desenvolvidas em dois universos distintos – dos palhaços Branco e Augusto e do Cinema Mudo –, eles levam ao público uma montagem regida pela trilha sonora. Sem falas, o conflito entre os personagens acontecem em uma cozinha, enquanto preparam a tradicional receita de pão de queijo, com o auxílio da plateia. “Nosso palhaço tem o tradicional mal humorado, mandão e que se acha esperto, o Branco. E o Augusto que é o mais bobão e entende as coisas no literal”, explica Michelle. 

Essa é a primeira de uma série de montagens que pretendem fazer juntos. “A ideia é que os palhaços transitem em diferentes contextos”, adianta.

Serviço: “Dois Palhaços em... O Pão de Queijo”. Conjunto Residencial Hibisco (rua 2468, número 15, Jardim Vitória II). Dia 10/12. Sábado, às 16h. Praça dos Patins no Parque Municipal (av. Afonso Pena, s/n). Dia 11/12. Domingo, às 16h. Gratuito.

  

Programação completa da 2ª edição do “Drops Uniclwon”

 Local: Spetáculo Casa de Artes (rua Pouso Alegre, 1568, Floresta). Entrada franca.
  

Palestras

Sábado (10/12) - 19h30

"Conversa boba sobre bobos e outras bobagens". Com Marcelo Marcon e Tita Azevedo (SP)

Apresenta a trajetória do palhaço e as manifestações desse arquétipo do riso e da provocação. Também conta sobre a experiência de ser palhaço, ser palhaço de hospital e as potencialidades dessa figura na vida profissinal e na vida pessoal.

 Domingo (11/12) - 19h30

"Uma Bela Visita: As abordagens específicas no trabalho de palhaço com idosos". Com Flávia Marco – Teatro do Sopro (RJ)

Com uma experiência de 17 anos em geriatria, propomos para vocês uma apresentação de compartilhamentos de observações e reflexões sobre o que é o palhaço, sua função no meio da saúde, suas adaptações necessárias, comparando o trabalho na pediatria e na geriatria, no Canadá e no Brasil, e comunicação com portadores de Alzheimer.

 Segunda-feira (12/12) - 19h30

"A Arte da Fênix – Perdas e Superação". Com Annie Rottentein (Brasil/França)

Trata sobre o processo psicológico recorrente no confronto com a perda. Mostra as etapas do caminho interior entre uma possível negação e uma aceitação serena, bem como aponta meios de lidar com essas dificuldades. Annie Rottenstein, francesa radicada no Brasil, artista plástica, arte terapeuta e tanatóloga. Desde 1990, pesquisa sobre as relações entre processo criativo e autoconhecimento e dirige o trabalho de grupo Arte da Ponte, para elaborar perdas e reconstrução pela arte terapia. Respalda-se na própria experiência com a criação, em estudos de psicologia transpessoal, de arte terapia jungiana e outras técnicas afins. Membro da SOTAMIG/Sociedade de Tanatologia da Associação Médica de MG. Membro fundador da AMART – Associação Mineira de Arte Terapia. Professora na Formação Holística da Unipaz, na FACISA – Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas, e na SOTAMIG.

 Terça-feira (13/12) - 19h30

Palhaço de Hospital em Belo Horizonte. Com Uniclown e grupos convidados
Venha participar desse bate-papo que busca ampliar as informações e panorama sobre o trabalho de palhaços de hospital em Belo Horizonte, contribuindo para estreitar laços e compartilhar conhecimentos.

 Oficinas 

Inscrições esgotadas! 

O grupo Uniclwon oferece oficinas ao longo de todo o ano, acompanhe pelo página do Facebbok (facebook.com/uniclown)


Oficina: Palhaços, objetos e palhaçobjetos. Com Rodrigo Robleño (MG)
Dias 8 e 9/12. Das 15h às 18h
Destinada a quem já tem experiência como palhaço, esta oficina vai trabalhar com o uso dos objetos e do próprio corpo do palhaço, ampliando as possibilidades de transformação do ambiente a partir do uso inusitado e da improvisação de qualidade.

Professor: Rodrigo Robleño é um dos mais conhecidos palhaços de Minas Gerais. Trabalha em diferentes áreas de teatro e circo, como professor, diretor, ator, professor e, principalmente, palhaço. Atuou em grupo como Armatrux e Cirque du Soleil, Atualmente é Coordenador Artístico do Uniclown.


Oficina: O arquétipo do palhaço. Com Marcelo Marcon (Doutores da Alegria) e Tita Azevedo (SP)
Dias 10 e 11/12. Das 9h30 às 12h30
A partir de jogos e brincadeiras, vamos nos reencontrar com essa figura arquetípica que traz enorme potencial de relação e aprendizado.

Professores: Marcelo Marcon é ator, professor e diretor diplomado pelo Teatro Escola Macunaíma. Estudou com diferentes mestres da palhaçaria e é formador na Escola Doutores da Alegria e no Programa de Extensão da USP, o MAD Alegria.

Tita Azevedo é atriz, produtora e pedagoga diplomada pela Universidade São Judas Tadeu e Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Reconhecida como atriz e produtora, seu trabalho está sempre às voltas com o universo do clown.

Oficina: Empatilhaço – Empatia através da arte do palhaço. Com o Teatro do Sopro (RJ)
Dias 10 e 11/12. Das 15h às 18h
Baseando em mais de 17 anos de experiência de palhaço na área de saúde, serão trabalhados elementos do palhaço relacional, que se aplicam à qualquer contexto de palhaço hospitalar. Como se adaptar de maneira lúdica ao outro, criando improvisações para celebrar o encontro. Como explorar a capacidade de se relacionar com honestidade a partir da lógica pessoal do palhaço, em relação ao público e ao parceiro.


Oficina: Brincadeiras e Cantigas. Com Rosângela Ribeiro (MG)
Dias 10 e 11/12. Das 18h às 19h
Brincar é uma das formas mais estimulantes e divertidas de aprender. Deixar nosso sentido lúdico aflorar, rir, se divertir e, ao mesmo tempo, ampliar nosso repertório sobre jogos, brincadeiras e cantigas da cultura popular infantil são objetivos dessa afetuosa oficina.

Rosângela Ribeiro é dançarina e professora de artes, com pós-graduação em "Brincadeiras". De longa trajetória ligada à cultura popular, além de dar aulas, participa de espetáculos de dança e música.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por