O ecletismo do violão de aço de Victor Biglione

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
02/02/2015 às 07:52.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:52
 (André Santos)

(André Santos)

Victor Biglione nasceu em Buenos Aires, mas é fácil esquecer que o músico é de outro país quando nos deparamos com seu trabalho autoral. Especialmente agora com o recém-lançado “Violão de Aço Brasil” (Tratore), em que ele desfila duas paixões: a música brasileira e o violão de aço.   Após nove álbuns desenvolvidos especialmente a partir de guitarras, Biglione sentiu a necessidade de desenvolver um trabalho que evidenciasse a sonoridade particular das cordas de aço – que tanto marcaram a música popular na primeira metade do século 20. Uma ideia fundamental para destacar a sua versatilidade.   “Procurei englobar vários estilos e épocas diferentes, para que o público pudesse ter a ideia da importância do violão de aço em nossa cultura sul-americana. Por isso, o álbum tem tango, frevo, bossa, samba, balada, baião, jazz, entre outros”, diz Biglione, que se valeu desse instrumento em diferentes projetos, como “Tocar – A Poética do Som”, de Wagner Tiso, “Live in Montreal”, de Marcos Valle, “Splendid Brazil”, de Andy Summers, e “Ponto de Encontro”, de Zé Renato. clássicos   No repertório, estão muitos sucessos bem conhecidos pelo público. Milton Nascimento é homenageado em dois momentos – “Tostão” e “Fé Cega Faca Amolada” –, assim como Tom Jobim – “Insensatez” e “Wave”. João Donato, Baden Powell, Hermeto Pascoal, Dorival Caymmi, Cartola são outros grandes compositores lembrados.   Até mesmo o folclore nordestino está muito bem representado, com uma versão para o cântico popular “Muié Rendeira”. Embora o nome Brasil apareça no título do álbum, a herança argentina se faz presente em uma faixa: “Por una Cabeza”, o clássico de Carlos Gardel.   Maso álbum não é apenas uma sequência de versões de sucessos. Biglione apresenta ainda uma composição do amigo pandeirista Marcos Suzano – “Flash” – e uma faixa autoral – “Lusco”.   “Agora vou enviar o disco para o exterior, pois conheço várias publicações sobre esse instrumento, interessadas em mostrar um pouco mais da nossa verdadeira música”, adianta Biglione, que deseja realizar o lançamento na Europa, Estados Unidos e outros países da América do Sul.

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