(Rafael Souza/Divulgação)
Já faz dois anos que Otto não vem a Belo Horizonte, para angústia do público cativo que o aguarda nas alterosas. A fim de acabar com esse hiato, o cantor e compositor pernambucano aporta amanhã na capital mineira, onde se apresenta no Mercado Distrital. Na mesma noite, também acontece o já consagrado show “Não Sou Nenhum Roberto”, do mineiro Marcelo Veronez.
Pela primeira vez, Otto chega a BH acompanhado apenas por um power trio, formado por Junior Boca (guitarra), Meno Del Piccha (baixo) e Hugo Carranca (bateria). “Cara, eu fiquei até preocupado, porque acho muito estranho fazer um show sem percussão, sem teclado”, confessa o pernambucano, em entrevista ao Hoje em Dia. “Mas isso faz com que o show seja uma coisa mais forte, intensa, focada na minha interpretação. Com toda atenção voltada para mim. Vai ser uma grande aula para o meu canto. Um desafio, mas também uma forma de me ver mais livre”, reflete o artista.
Otto conta que o show é, também, o último antes da turnê do novo álbum, “Ottomatopeia”, cujo lançamento é previsto para o segundo semestre deste ano.
“Que bom que calhou desse show ser em BH, onde eu não vou já faz um tempo. Foi um jeito legal que a gente arranjou de tocar aí”, conta o artista, confesso hiperativo dos palcos. “Foi massa, porque eu estou totalmente mergulhado nessa coisa da gravação do disco. Só que não consigo ficar muito longe dos palcos, então vai ser ótimo tocar aí antes dessa nova fase. Tudo são ciclos, né cara?”, sublinha.
Sobre o novo álbum, Otto conta que a pegada é mais voltada para o rock. “O álbum tem 11 faixas e foi produzido pelo Pupilo (produtor musical e baterista da Nação Zumbi), mais uma vez. Até por isso, eu diria que as composições estão mais maduras, com uma pancada de contemporaneidade. Falam sobre o meu modo de ver o Brasil e o mundo nesses dias loucos”, pontua. “A sonoridade é bem diversificada, mas tem uma coisa forte, mais rock, muito batuque”, completa Otto, revelando que uma das faixas conta com a participação do compositor capixaba Zé Renato.
Apesar do envolvimento com o novo trabalho, o show na capital mineira vai focar os grandes sucessos da carreira de Otto, como “Crua”, “Saudade”, “Seis Minutos” e “Bob”. “É o show que venho fazendo nesses últimos anos. Nunca deixo de fora essas músicas. Digo que é como se fosse um barco que eu levo junto para todo lado”, afirma.
“Mas também vou dar uma revisitada em outras coisas e uma mexida para esse formato novo”, completa, revelando que, do disco novo, entra a música “Pode Falar Caubói, que já vem sendo apresentada nos últimos tempos. “BH tem uma a onda parecida com a de Recife. Tem de tudo, muita diversidade, todo mundo se encontra. O mineiro é essa colcha de retalhos que eu gosto muito. Hoje, me sinto em casa quando toco aí”, ressalta.
Há oito anos no repertório de Marcelo Veronez, “Não Sou Nenhum Roberto” parece ser um show que nunca vai sair de moda. “É cheio de clássicos que todos nós amamos”, afirma o mineiro sobre “Robertão”, como chama carinhosamente o espetáculo, citando canções como “Fera Ferida” e “As Curvas da Estrada de Santos”. “Abro o show com um bloco cheio de músicas fortes. Gosto de começar com a energia lá em cima, bem rock’n’roll”, conta.
A apresentação também abarca canções de Erasmo Carlos, como “Cachaça Mecânica” e “Filho Único”, e até uma releitura de “Suspicious Mind”, de Elvis Presley, referência marcante para a dupla. “O último bloco já são as músicas mais famosas, como ‘Detalhes’ e ‘Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo’ para todo mundo cantar junto”, adianta Veronez.
Assim como Otto, o mineiro também se apresenta acompanhado por um power trio, mas as semelhanças não param por aí. “Otto é da minha turma, do rock melodramático. Sofre, grita, joga água para cima”, diverte-se. “‘Seis Minutos’ era a única música contemporânea que tocávamos no ‘Robertão’, exatamente pela dramaticidade, que é bem Roberto Carlos. Acho que vai ser um encontro bem feliz”, finaliza.
Serviço: ” Otto Power Trio - Abertura Marcelo Veronez”. Amanhã, a partir das 20h, no Mercado Distrital (rua Opala, S/N, Cruzeiro). Ingressos: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia-entrada).