Palácio das artes será ocupado com celebrações a Guimarães Rosa

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
24/11/2017 às 17:48.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:52
 (PALÁCIO DAS ARTES/DIVULGAÇÃO)

(PALÁCIO DAS ARTES/DIVULGAÇÃO)

Quando tomou posse na Academia Brasileira de Letras, em 1967, o escritor mineiro Guimarães Rosa observou, em seu discurso, que as pessoas não morrem – ficam “encantadas”. Cinquenta anos depois, o autor de “Grande Sertão: Veredas” imortalizou-se em nosso cenário cultural, como prova a “Ocupação Rosa Encantado”, que será realizada de hoje a domingo, no Palácio das Artes.

A importância de Rosa surge em diversas expressões artísticas, da literatura à música e ao teatro. Nomes como Titane, Eneida Souza, Celso Adolfo, Egberto Gismonti e Bia Lessa celebrarão o escritor e médico de Cordisburgo, pegando carona na lembrança dos 50 anos da morte dele – Rosa faleceu três dias após tomar posse na cadeira 2 da ABL, de um ataque do coração.

A relação com o desejo de imortalidade será expressa na palestra de Eneida, doutora em Literatura Comparada pela Université de Paris VII e professora da U F MG. “Essa ideia de vida eterna está relacionada, por exemplo, com o fato de ele já ter dito que gostaria de ter sido um crocodilo, que tem uma vida longeva, ou um rio, que nos traz o sentimento de perenidade”, registra.

Eneida destaca que o escritor falou, em diversos momentos, sobre ter vivido outras vidas, muitas vezes tratando-se em terceira pessoa. “Era como se ele fosse também um personagem”, assinala a professora, que formará a mesa literária, no quarta, às 19h, no teatro João Ceschiatti, ao lado de Georg Otte, Wander Melo Miranda e Heloisa Starling.

Oralidade
Conhecido por seu universo literário rico, porém de difícil acesso, Rosa ganha um entendimento melhor quando suas histórias são narradas em voz alta. É o que garante Elisa Almeida, fundadora do grupo Miguilim, criado há 20 anos na cidade natal do autor. “A obra dele é um prato cheio para o narrador oral. O texto dele tem uma grande oralidade”, afirma Elisa, atração de sexta, às 19h,no café do Palácio das Artes.

Em suas oficinas, por onde já passaram centenas de jovens, ela sublinha ser um privilégio para qualquer narrador trabalhar com os textos de Guimarães Rosa. “Como um autor reverenciado no mundo inteiro, é um privilégio a gente ter acesso ao original, ao ‘mineirês’ dele”, observa a narradora, que deverá usar, em sua apresentação, trechos de “Grande Sertão: Veredas”.

Música
Na música, o universo roseano ganhará a voz de Titane, Celso Adolfo e Egberto Gismonti. Amanhã, às 20h, a cantora levará ao palco da Sala Juvenal Dias o show “Em Noites do Sertão”. Já Adolfo mostra, na quinta, a série de canções “Cirandas de Sagarana”, baseadas no livro homônimo do autor. O sertão mineiro também é protagonista da apresentação de Gismonti, no domingo.

Programação completa no site http://fcs.mg.gov.br/

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