Quando o grupo F.A.Q*//feitoamãos apresentou pela primeira vez, em 2002, a performance “Monstruário Ilustrado”, no Itaú Cultural, reunindo alguns “monstros” de nossa sociedade, ninguém poderia imaginar que as redes sociais teriam papel preponderante na vida das pessoas. 

“Nesses 14 anos, o mundo mudou muito e mais monstros foram criados, ficando cada vez mais perto da gente. E entre eles estão as redes sociais”, observa o cineasta André Amparo, um dos dez participantes do grupo, que reeditará o espetáculo hoje, às 20h, no saguão do Museu de Artes e Ofícios.

As redes sociais não só ganharam um papel monstruoso como também influenciaram na própria concepção da performance. Cláudio Santos assinala que, em 2002, outros artistas contribuíram com conteúdo, mas agora o grupo os garimpou das redes sociais, “mostrando esses monstros mais explicitamente”.

O local também foi determinante nessa revisita, já que, há 14 anos, a apresentação aconteceu numa caixa cênica, em que os espectadores ficavam de frente. “Nessa versão, o público fica mais imerso, caminhando dentro do espetáculo”, registra Chico de Paula, um dos integrantes originais da primeira exibição.

Cláudio salienta que  o grupo manteve a estrutura narrativa, calcada nos o conceito dos Bestiários, compilações medievais, geralmente em versos, de histórias alegóricas sobre animais fabulosos ou reais. “Distribuímos os conteúdos como se fossem capítulos, um para cada categoria de monstros”.

Esse bestiário começa nos monstros medievais, passa pela ficção científica e desemboca nas redes sociais. “O excesso de informação acaba escancarando os nossos pensamentos, um monstro que está dentro da gente”, pondera Cláudio. O grupo é formado ainda por Marcelo Braga, André Melo, Ronaldo Gino e Vitor Garcia.

Compartilhar