Presente no imaginário de crianças e adultos, Peter Pan, o menino que não queria crescer, embarca em mais uma aventura na minissérie "Terra do Nunca", que a Globo exibe nesta terça (27) e quarta-feira (28), depois da novela
"A Lei do Amor". Com o título original "Neverland", a produção britânica foi feita especialmente para a TV e exibida em 2011 nos Estados Unidos e no Reino Unido.
Na trama, o ator Charlie Rowe vive o órfão Peter, um menino pobre criado nas ruas de Londres. Ele e seus amigos sobrevivem de pequenos furtos, sob o comando de Jimmy Hook (Rhys Ifans), uma espécie de mentor do bando.
Tudo muda quando o grupo tenta roubar um tesouro mágico e é enviado para a Terra do Nunca -onde encontram pessoas de diferentes épocas e lugares, com quem logo fazem amizade.
Mas lá há também maldosos piratas, liderados por Elizabeth Bonny (Anna Friel), uma maluca nascida no século 18. Os vilões logo se mostrarão contra a presença dos novatos por ali.
Os meninos contarão com o auxílio da famosa fada Sininho (Charlotte Atkinson), que ajuda a manter a magia que a história de Peter Pan tem desde 1911, quando o conto do escritor escocês James Matthew Barrie (1860-1937) foi publicado pela primeira vez.
"Esse conto fixou na literatura alguns dos sonhos do ser humano durante a infância. Alguns personagens podem voar como os pássaros. A satisfação do desejo dos pequenos de poderem vencer quaisquer adversidades, mesmo sendo pequenos, está nessa história.
Por isso, ela segue encantando todos", avalia o escritor Pedro Bandeira, um dos maiores nomes da literatura infantojuvenil brasileira e autor de dois livros baseados nas aventuras de Peter Pan.
TRADIÇÃO
"Terra do Nunca" reconta a história clássica do garoto Peter Pan. Para o escritor Pedro Bandeira, acompanhar a produção é uma boa forma de colocar as crianças de hoje em dia, tão conectadas com as novas tecnologias, em contato com uma infância mais lúdica.
"De que modo os aparelhos tecnológicos poderão purgar os sonhos, as fobias e os pavores que habitam o interior de nossos seres ainda em formação? Só uma história clássica pode aliviar essa neurose infantil", analisa Bandeira. Segundo ele, é possível
conciliar os dois mundos. "Para tomar um choque de verdade, não é preciso eletricidade. Tecnologia é ótima para agilizar contatos, mas nada tem a ver com despertar sonhos. Muito menos com aqueles em que se sonha acordado. Peter Pan consegue isso fácil, fácil", finaliza o escritor.